Foram diagnosticados, em 2019, mais nove casos de infeção por VIH na Região. É o número anual mais baixo de que há registo, de acordo com o Relatório ‘Infeção VIH e SIDA em Portugal – 2020’, produzido pela Direção-Geral da Saúde e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
Entre os dias 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2019 foram diagnosticados na Região nove novos casos de infeção pelo Vírus da Imunodeficiência humana (VIH), revela o relatório anual ‘Infeção VIH e SIDA em Portugal – 2020’, produzido pela Direção-Geral da Saúde e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
São menos quatro casos em relação ao ano anterior (13 casos diagnosticados em 2018) e é o número anual de novos casos mais baixo de que há registo, de acordo com o documento que atribui à Região um total de 694 casos de infeção por VIH entre os anos de 1983 e 2019.
Os dados do relatório divulgado esta semana, a poucos dias de se assinalar o Dia Mundial de Luta contra a Sida (1 de dezembro), indicam que a percentagem de diagnósticos tardios na Região passou de 66,7% em 2018 para 50,0% em 2019. Tendo em conta que a Madeira, em 2018, apresentava a percentagem de diagnósticos tardios mais alta no País, esta é uma diminuição a assinalar, que reflete um esforço para diagnosticar mais e mais precocemente.
De realçar também que a Madeira é a região do País com a menor taxa de novos diagnósticos, com 3,5 casos por 100 mil habitantes. Por sua vez, o distrito de Lisboa possui a taxa mais elevada de novos diagnósticos, com 391 novos casos, o que corresponde a 13,7 casos por 100.000 habitantes.
No que toca ao Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA), uma condição que pode decorrer da infeção por VIH quando o vírus condiciona danos importantes ou severos no sistema imunológico, os números apresentados pela DGS e pelo INSA revelam que foram diagnosticados em 2019 dois novos casos na Região, o mesmo número de casos registados em 2018. Nos dados registados desde 1983, a Madeira soma assim 208 casos de SIDA.
No âmbito nacional, os casos de infeção pelo VIH desceram quase 30% em 2019 face a 2018, registando-se apenas 778 diagnósticos.
Segundo o mesmo documento do Programa Nacional para a Infeção VIH e SIDA, houve uma diminuição de 331 novos casos em relação a 2018 (1109 casos).
A maior parte dos novos casos notificados pertence a homens, que representam 69,3%, sendo que a mediana de idade dos diagnósticos se cifrou nos 38 anos. Não se registou, em 2019, nenhum caso de transmissão de VIH em crianças.
Já ao nível dos óbitos, registou-se a morte de 197 doentes infetados pelo VIH no ano passado em
Portugal, dos quais 46,2% se encontrava já no estádio SIDA.
Pandemia levou a diminuição no número de rastreios
A pandemia de covid-19 levou a uma diminuição do número de rastreios para a infeção pelo VIH em Portugal, alertou a diretora do Programa Nacional para a Infeção VIH, SIDA e Tuberculose, Isabel Aldir, em declarações à Lusa.
A profissional que coordena aquela unidade da Direção-Geral da Saúde (DGS), destacou que as restrições e mudanças impostas no combate ao novo coronavírus ao longo de 2020 podem ainda repercutir-se no tempo de notificação de novos casos de infeção pelo VIH nos próximos anos.
“Na fase inicial da pandemia houve, de facto, uma diminuição do número de rastreios. Em que medida é que isto se vai traduzir numa diminuição do número de novos casos – que não traduz uma diminuição do número de infeções - e daqui a algum tempo num aumento da percentagem de diagnósticos tardios ou do aumento do tempo que demoramos a fazer um diagnóstico, é algo que teremos de acompanhar”, afirmou.
Catarina Gouveia
In "JM-Madeira"