Foram notificados na Região Autónoma da Madeira 694 casos de SIDA, desde 1983, revelou ontem a presidente da Comissão Regional de Luta Contra a SIDA, em entrevista ao programa Rubina Leal Convida, da 88.8 JM FM.
Ana Paula Reis salvaguardou que este número carece de atualização, relativamente ao ano em curso, servindo, para já, de referência para aquilo que tem sido a ‘história’ desta infeção na RAM.
Recordando os primeiros anos da doença, a médica – especialista em Medicina Interna com competência em Infeciologia, diretora do Serviço Infecto Contagiosas do SESARAM e coordenadora da Unidade Polivalente Covid-19 – lembra os tempos difíceis em que a infeção era mortal.
“Ficávamos sem chão. Havia um ou dois fármacos, altamente tóxicos”, diz, ao enaltecer a evolução do tratamento retroviral ao ponto de a SIDA “ter deixado de ser doença mortal para ser doença com características crónicas”.
Há tratamento, mas isso não deverá significar o relaxe, quer da parte dos cidadãos, quer dos governos, conforme defende a médica. O objetivo traçado pela ONUSIDA é o da eliminação da doença em 2030 e este estará, uma vez mais, na base do apelo à união que será lançado ao mundo na próxima terça-feira, 1 de dezembro, data em que se assinala o Dia Mundial da Luta Contra a SIDA e serviu de pretexto à vice-presidente da Assembleia Legislativa convidar a infeciologista.
Ana Paula Reis apela para que, apesar da pandemia em curso motivada pelo novo coronavírus, não se deixe de pensar na SIDA e no quanto continua a representar uma ameaça para a saúde pública. A médica sublinha que a prevenção é essencial e lamenta a grande prevalência entre os mais jovens, à partida mais informados sobre os riscos. A pensar nestes, a Comissão tem o projeto ESA – Educação para a Sexualidade e para os Afetos que decorre há já alguns anos em escolas.
In "JM-Madeira"