O diretor da Unidade de Tratamento da Toxicodependência revelou, ontem, no parlamento madeirense, que desde dezembro de 2010 a Madeira tem sido muito fustigada pelas novas drogas sintéticas.
Licínio Santos confirma que os produtos mais consumidos na Região são os canabinoides sintéticos, “com efeito mais intenso” e que causam “quadros psicóticos tipo esquizofrenia”, e os psicoestimulantes, que em “pelo menos entre 25% a 35% dos casos provocam psicoses gravíssimas, duradoras no tempo e que é difícil reverte-se. Até hoje, os casos que tenho tido têm-se mantido”, afirmou.
O especialista defendeu, perante os deputados, a urgência de reabrir um centro de dia para “poder capacitar e dar resposta a esses doentes”, que funcionaria “como uma espécie de hospital de dia”, para os utentes que precisam de reintegração e de acompanhamento.
Estima-se que na Madeira existam cerca de mil pessoas dependentes da droga.
O diretor da Unidade de Tratamento da Toxicodependência foi ouvido ontem na Comissão de Saúde e Assuntos Sociais, na audição requerida pelo PS, para “esclarecimentos relativos à capacidade de intervenção da região autónoma sobre os comportamentos aditivos”.
Licínio Santos disse ainda que a unidade que dirige deixou de ter capacidade de internamento devido ao número excessivo de casos. “Na altura em que foi construída era suficiente porque as substâncias eram outras, a realidade mudou e será uma necessidade a pensar num futuro próximo para podermos dar resposta” aos doentes, vincou. A Unidade de Tratamento da Toxicodependência tem atualmente cerca de 300 utentes.
In "JM-Madeira"