Pedro Ramos diz que terá de ser dado ênfase à necessidade da máscara, porque só com prevenção é possível combater a propagação da covid, registando o pioneirismo da Região em muitas das medidas.
Pedro Ramos reiterou, ontem, que a Madeira vai continuar a pautar a sua atuação, no âmbito da prevenção à covid, pela sua própria égide. O tempo vem dando razão ao ‘modus operandi’, pelo que “não estamos importados com aquilo que se diz lá fora” e sim preocupados em “implementar medidas sempre de antecipação”. Porque, e não tem dúvidas disso, “isto não vai ser só até dezembro de 2020, isto vai continuar em 2021. Só podemos pensar nas medidas preventivas que conhecemos para a covid-19. A vacina só vai aparecer no último semestre de 2021 e não será para todos”.
E nessas medidas preventivas, o secretário regional da Saúde e Proteção Civil releva o pioneirismo em modelos depois replicados ‘lá fora’, lembrando que “quando implementámos as máscaras na Madeira, nem o INFARMED sabia o que eram máscaras. Não havia nenhuma entidade certificadora ao nível nacional. Finalmente, seis meses depois, a racionalidade volta aos nossos pensamentos e à nossa população: as máscaras têm necessidade de serem usadas. É o único mecanismo de proteção associado a distanciamento, à desinfeção, à etiqueta respiratória que permite evitar que os utentes possam receber quantidades de carga viral”.
Numa outra tónica, reconheceu que “aquilo que nos custa mais foi ter tido a necessidade de restringir uma determinada mobilidade nas instituições e todas as estruturas residenciais para idosos na RAM, mas foi isso que fez a diferença em relação a Portugal Continental”. Neste momento, constatou, e passados que estão sete meses, “existem 400 surtos e, da mortalidade em Portugal, 70% ocorreu nos lares” resultado da medida “infeliz” da DGS, “ao potenciar o número e tempo de duração das visitas”.
Quanto ao rastreio à chegada à Madeira, esse é imensurável. “Nós a 1 de julho, quando reabrimos as ‘fronteiras’, tínhamos 92 casos positivos detetados na Região, 90 já recuperados e dois ativos. Neste momento já temos mais de 340 casos na Região, dos quais 109 são ativos. Destes 109 ativos, 101 são importados. Portanto, a Madeira tem oito casos desses 109 que estão ativos. Este é o sinal mais do que evidente de que a estratégia que está a ser utilizada é a estratégia mais correta. E a pressão vai continuar a existir: o teste tem de ser feito na origem. Dos testes que são feitos na origem em Portugal Continental, 35.000 testes já foram realizados e apenas 79 foram positivos… mas esses já não vieram. Já fizemos no aeroporto 90.000 testes. Provavelmente se tivessem feito testes na origem, nem esses 101 casos ativos existiriam na Região”.
Por David Spranger
In “JM-Madeira”