Os portos vão reabrir com a chegada do Seadream I no dia 24 de outubro. Os passageiros devem apresentar um teste negativo à chegada e, aqueles que queiram prolongar a estada, deverão fazer outro rastreio e aguardar pelo resultado em confinamento.
Um teste PCR à covid-19 negativo realizado no último porto antes da chegada ao Funchal e, para os passageiros que queiram prolongar a estada na Região, um segundo rastreio efetuado na gare marítima, aguardando pelo respetivo resultado em confinamento numa unidade hoteleira.
Estas são as principais condições de segurança impostas pelo Governo para a iminente retoma da atividade dos navios de cruzeiro na Região.
O Executivo da Madeira aprovou a Resolução n.º 772/2020, que autoriza a acostagem e fundeadouro de navios de cruzeiro nos portos da Região, “sendo o embarque, desembarque e a vinda a terra de passageiros e tripulação analisado caso a caso e condicionado ao parecer favorável da Autoridade de Saúde e às condições por esta definidas”.
A primeira escala encontra-se agendada para as 08h00 do próximo dia 24 de outubro, com a chegada do Seadream I, embarcação de pequenas dimensões que trará a bordo cerca de 100 passageiros.
O navio foi o ‘sobrevivente’, na medida em que foi o único que não procedeu ao cancelamento da respetiva escala no Funchal no mês de outubro, tendo todos os restantes anulado as viagens devido aos constrangimentos provocados pela pandemia de covid-19.
Proveniente de Málaga, o Seadream I vai partir do Funchal às 14h00 rumo a Charlestown para realizar um circuito de sete dias pela Jamaica.
Excursões dependem do IASAÚDE
Contactada pelo JM, a presidente do Conselho de Administração da APRAM, Paula Cabaço, ressalva que não se trata de uma abertura plena, uma vez que “a pandemia continua a existir e temos de ter o máximo cuidado, sendo também importante retomarmos a atividade, ainda que gradualmente”.
Não obstante, salienta que “este sinal de abertura ao mercado era extremamente importante, ao nível comercial, porque as próprias companhias também estão a reinventar-se para poderem dar continuidade ao seu negócio”. Revela também que, para efeito de realização das excursões turísticas, a companhia ou o navio têm de dar conhecimento do seu planeamento ao IASAÚDE (Instituto de Administração da Saúde), que irá analisar individualmente cada caso. “Além disso, há que respeitar os protocolos dos próprios navios e da Autoridade Portuária”, vinca.
Situação “muito complicada”
“Estamos disponíveis para retomar o turismo de cruzeiros, não sei se os cruzeiros estão disponíveis para o fazer. Porque a situação é muito complicada. Mesmo que um navio receba todos os seus clientes e a tripulação com testes negativos, há um problema: os cruzeiros são como uma excursão de desembarque em sucessivos portos, que fazem um conjunto de escalas. E o grande problema a resolver é como é que os turistas desembarcam num porto, voltam a entrar no navio e garantem segurança”, afirmou na passada semana o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, em entrevista ao JM a propósito do balanço do primeiro ano de governação do Executivo de coligação PSD/CDS.
A ideia de desembarcar os passageiros e transportá-los numa carrinha isolada para impedir que haja contactos ao nível local “não é o ideal”, na perspetiva do governante.
“Nós temos agora uma proposta para onde se propõe que os passageiros desembarquem e sejam transportados numa carrinha já isolada sem contactar ninguém ao nível local. Isso pode ser uma solução, mas não é o ideal, porque uma das grandes vantagens dos cruzeiros, e isso viu-se nos 595 mil turistas que desembarcaram no ano passado, é o efeito de gasto na economia local, porque o turismo de cruzeiros gasta na Madeira mais de 50 milhões por ano, no café, nas refeições, nas entradas do teleférico. Tem todo este efeito multiplicador”, disse, na mesma entrevista.
In “JM-Madeira”