É o primeiro caso de covid-19 numa escola da Região. Aluno da ‘Bartolomeu Perestrelo’, infetado pela mãe, que regressou de viagem, acusou positivo. Turmas do 9. º ano estão em isolamento.
Um aluno do 9.º ano, da Escola Bartolomeu Perestrelo, acusou positivo para a covid-19, levando ontem a Secretaria Regional da Educação (SER) a acionar o Plano de Contingência do estabelecimento de ensino.
Trata-se de um caso de transmissão local, em que o contágio ocorreu por via da própria mãe que, na semana passada, regressou de viagem. O jovem esteve em aulas até à quinta-feira, mas, de acordo com o boletim de ontem do IASAÚDE, já tinha tido contacto com a progenitora na quarta-feira (dia 14).
No comunicado, publicado no site oficial, a tutela da Educação adianta “tratar-se de um caso detetado na sequência de teste positivo de um familiar que, contrariando todas a normas e recomendações, não respeitou o isolamento a que se devia ter sujeitado até confirmação do resultado do teste realizado no Aeroporto após regresso da cidade do Porto”.
Em declarações ao JM, o presidente do conselho executivo da escola disse que o aluno não foi às aulas na sexta-feira, a pedido da mãe, que, entretanto acusara positivo para a covid-19.
Os alunos das duas turmas do 9.º ano estão agora em isolamento e o ensino à distância vai ser ativado, adiantou o professor. Quanto a testes, sabe que vão ser testados, para já, os colegas de turma do jovem e outros três jovens, da outra turma em isolamento, por serem contactos próximos, ou seja, amigos com os quais ele convive nos intervalos, onde o uso da máscara não é obrigatório.
Gualberto Soares disse ao Jornal que passou o dia de ontem a contactar os encarregados de educação das duas turmas e os respetivos professores. Relativamente a estes, acredita que as probabilidades de contágio serão muito reduzidas, atendendo ao cumprimento das normas instituídas pelo plano de contingência. O mesmo diz dos funcionários, acrescentando que em relação a estes profissionais não há indicação da parte do delegado de saúde para que sejam isolados.
“A escola não tem competência nem poder para decidir tudo nesta matéria. A escola age em função das conversas mantidas com a autoridade de saúde, neste caso com o delegado de saúde”, sublinha Gualberto Soares.
Defendendo que este é assunto que deve ser tratado “com serenidade”, o dirigente escolar referiu ao JM que procurou sossegar os pais dos alunos agora em isolamento, assim como os docentes. Quanto à reação dos restantes encarregados de educação, admite que alguns possam impedir os filhos de ir à escola, mas que, a acontecer, será “uma pequena franja”. De resto, acredita que “as coisas vão correr bem”.
“Dia de amanhã [hoje] vai ser um dia normal, apenas com uma diferença”, disse ao Jornal assegurando que estão asseguradas as condições para a escola realizar as atividades letivas habituais, em condições de segurança.
A pretexto deste caso, a Secretaria Regional da Educação apela, no referido comunicado, “à rigorosa observância das normas e recomendações da autoridade de Saúde e dos procedimentos dos planos de contingência das escolas, sob pena da segurança coletiva ser posta em causa por atos de irresponsabilidade individual”.
BOLETIM Sete novos casos detetados na RAM e três recuperados
O boletim epidemiológico diário divulgado pelo Instituto de Administração de Saúde da Madeira (IASAÚDE) reportou ontem sete novos casos positivos de covid-19 na região, totalizando o arquipélago 101 doentes ativos e um cumulativo de 320 situações confirmadas.
Trata-se de 4 casos importados (2 provenientes do Reino Unido, 1 da Venezuela e 1 da Região Sul de Portugal) e 3 casos de transmissão local. Os 3 casos de transmissão local correspondem a contactos próximos de um caso importado recentemente diagnosticado, que foram alvo de teste. Outros 8 contactos deste caso importado estão em estudo.
A autoridade regional de saúde indica que dos 101 casos ativos reportados, “92 são importados”, tendo sido identificados no contexto das atividades de vigilância implementadas no Aeroporto da Madeira e nove são de transmissão local.
Além destes sete novos casos, existem outras “41 situações que se encontram hoje em estudo pelas autoridades de saúde”, decorrendo as investigações epidemiológicas, aponta. Estas situações reportam, na sua maioria, aos alunos da Escola Bartolomeu Perestrelo (ver notícia).
Há, em contrapartida, três novos casos recuperados a reportar, passando a região a contabilizar 219 casos recuperados.
Relativamente ao isolamento dos casos positivos, 56 pessoas cumprem isolamento numa unidade hoteleira dedicada e 45 em alojamento próprio.
À data, 20.514 pessoas estão a ser acompanhadas pelas autoridades de saúde dos vários concelhos da região, com recurso à aplicação MadeiraSafe, 9.359 destas pessoas estão em vigilância ativa.
Por Iolanda Chaves
In “JM-Madeira”