Este ano, não é apenas a gripe sazonal e as habituais infeções respiratórias que preocupam o SESARAM. A covid-19 obriga a cuidados redobrados e à adoção de novas estratégias.
O SESARAM apresentou ontem, no auditório do Centro de Estudos de História do Atlântico, o Plano da Saúde para o outono-inverno 2020-2021. Criado sob uma série de medidas, o grande objetivo é proteger a população mais vulnerável, não só da infeção pelo novo coronavírus, mas também da gripe sazonal e outras infeções respiratórias que se agravam no tempo mais frio.
Dado a conhecer pela responsável pelo Grupo Coordenador do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e de Resistência aos Antimicrobianos do Serviço Regional de Saúde, este plano surge numa altura em que o Serviço Regional de Saúde se vê a braços com alguns desafios acrescidos que esta época do ano costuma colocar.
Este ano, não é apenas a gripe sazonal e as habituais infeções respiratórias que preocupam o SESARAM. A pandemia está em níveis crescentes e há uma atividade que foi parada e que tem deser recuperada, como Margarida Câmara fez questão de explicarna ocasião.
Assim, enumerou a responsável, este novo plano terá assim como grandes objetivos "preparar uma resposta para uma eventual epidemia, preservar vidas humanas e proteger aquele grupo de pessoas que são mais vulneráveis".
Ressalvando que a implementação deste plano obedecerá a uma adaptação contínua dos serviços de saúde do SESARAM, a médica adiantou que o mesmo não será mais do que "garantir respostas no SESARAM a toda a população da Região Autónoma da Madeira".
Lembrando também que esta resposta ao risco sazonal está assente em dois pilares – controlo epidemiológico/preparação dos serviços de saúde para a resposta necessária e proteção das populações mais vulneráveis - Margarida Câmara informou que este plano será ativado dependendo da magnitude da epidemia e das infeções respiratórias agudas e do impacto da utilização dos serviços de saúde.
Dez centros dedicados à gripe
Relativamente à estratégia para a vacinação contra a gripe, a responsável explicou que esta inclui um aumento das doses e da cobertura vacinal, a antecipação da época vacinal e a priorização dos grupos de riscos.
Também todos os doentes, com doença respiratória, serão atendidos em áreas dedicadas aos doen es respiratórios serão testados para a covid-19. Além disso, se tiverem fatores de gravidade ou se necessitarem de internamento, terão de ser testados para outros vírus respiratórios, nomeadamente o da gripe.
Caso o SESARAM chegue a um ponto em que não consiga dar resposta a todos os casos, Margarida Câmara admitiu que há possibilidade de se ter de recorrer a outros serviços intersetoriais.
Abordando as áreas que serão dedicadas aos doentes respiratórios, a médica revelou que, no Funchal, estas áreas funcionarão nos centros de saúde do Bom Jesus e Santo António. Nos restantes concelhos, será em Câmara de Lobos, Ribeira Brava, Calheta, Santana, Porto Moniz, São Vicente, Machico e Porto Santo. A definição destas áreas foi feita de acordo com o número de pessoas que os centros de saúde abrangem, bem como com as características de cada um deles.
Ao nível do serviço de urgência hospitalar, haverá circuitos distintos para doentes respiratórios e doentes não-respiratórios, bem como para adultos e crianças.
De salientar que este plano poderá ser consultado nos sites oficiais da Região Autónoma da Madeira.
“Intensos desafios” pela frente
Na apresentação do novo plano da saúde para este outono-inverno, o presidente do Governo Regional disse ontem que a Madeira vai enfrentar três “desafios intensos”. O primeiro é o sentido de responsabilidade da população; o segundo, as pessoas perceberem que a situação do aumento dos casos de gripe e outras doenças respiratórias no inverno vai obrigar ao SESARAM um reforço acrescido; o terceiro a população "continuar a ter presente que a prioridade número um do Governo Regional é a salvaguarda da saúde e da vida dos cidadãos".
StayAway Covid fora da Região
Miguel Albuquerque garantiu que a Madeira não terá de usar a aplicação StayAway Covid porque já tem “há muito tempo” a Madeira Safe, a ‘app’ que monitoriza todos os passageiros que chegam à Região. “Já temos milhares de pessoas que estão monitorizadas através da nossa 'app' e não é preciso utilizarmos a de lá cá, porque o nosso sistema já está em vigor há muito tempo, desde praticamente o início da pandemia", ressalvou, afirmando que a aplicação é utilizada com “grande eficácia”.
Governo confirma Natal sem festas
As iluminações e o fogo de artifício da passagem de ano são as únicas coisas garantidas para este Natal. Tudo o resto, como Noite do Mercado, está proibido, tal como já havia sido noticiado pelo JM, na edição de 10 de outubro. A confirmação foi feita ontem por Miguel Albuquerque.
Lúcia M.Silva
In “JM-Madeira”