Em Portugal, todos os dias morrem 16 pessoas vítimas de pneumonia, o que equivale a 5% de todas as mortes do país, refere o Prof. Dr. José Alves, médico pneumologista e presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão.
De modo a sensibilizar a população para a vacinação contra a pneumonia, o Movimento dos Doentes pela Vacinação (MOVA) lançou a campanha “Leva-me a Sério”, que tem como protagonista o humorista Herman José.
Para o MOVA, é tempo de levar a pneumonia a sério e apostar, de uma vez por todas, na prevenção. A campanha “Leva-me a Sério” tem como objetivo sensibilizar a população para a importância da vacinação antipneumocócica, em particular, em quem pertence aos grupos de risco. É o caso dos idosos e de pessoas com doenças crónicas como diabetes, asma, doença pulmonar obstrutiva crónica, outras doenças respiratórias crónicas, doença cardíaca, doença hepática crónica, bem como doentes oncológicos, portadores de VIH e doentes renais. Com Herman José (https://youtu.be/ADHfHBRaaH0 ) a dar a cara pela campanha, durante dois meses, a população será sensibilizada através de mensagens gerais, transversais a todos, e através de mensagens especiais, dedicadas a diferentes grupos de risco.
A vacinação antipneumocócica é recomendada a todos os adultos pertencentes a grupos de risco, pela Direção-Geral da Saúde, desde 2015. Para estes, a vacinação é indispensável, uma vez que “a pneumonia é mais frequente, mais grave e potencialmente fatal”, explica o Prof. Dr. José Alves, médico pneumologista e presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão.
“Convém lembrar que, em Portugal, todos os dias morrem 16 pessoas com pneumonia, o que equivale a cerca de 5% de todas as mortes do nosso país”, frisa o pneumologista.
Para além da mortalidade, “há que ter em conta também a morbilidade e o agravamento de patologias anteriores”, sublinha, dando como exemplo os doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica. Como a função respiratória destes doentes se vai deteriorando, podendo “levar à insuficiência respiratória, com necessidade de oxigénio suplementar de forma aguda e crónica”, a vacinação tem um papel muito importante. “Não fazer a vacina significa correr estes riscos voluntariamente e, diga-se, desnecessariamente”, afirma o especialista.
De acordo com dados disponíveis no site do MOVA, nove em cada 10 adultos com mais de 50 anos não estão vacinados contra a pneumonia e por isso é imperativo sensibilizar a população. “Efetuar a vacinação significa diminuir a mortalidade e o risco de morte, diminuir a morbilidade e diminuir os custos pessoais e de saúde pública”, diz o Prof. Dr. José Alves.
Para o pneumologista, não vacinar os adultos, em especial quem pertence aos grupos de risco, “significa aumentar o risco de morte a nível individual e a mortalidade a nível coletivo. Dizer não significa aumentar o sofrimento individual e os custos relacionados com a morbilidade, a nível coletivo”.
Não vacinar, nos dias que correm, significa também “ajudar o SARS-CoV-2”. Como alerta o médico, este ato pode levar ao aumento da procura de cuidados médicos“dificultando a resposta dos nossos serviços de saúde”.
Nesse sentido, o Prof. Dr. José Alves deixa o apelo, que resume a essência da campanha deste ano do MOVA – se pertence aos grupos de risco ou tem mais de 65 anos vacine-se.
In “Saúde Online”