A guia de tratamento de forma impressa continua a ser possível para os idosos, por exemplo

A desmaterialização da receita médica terá um período experimental de 1 de outubro até 31 de dezembro, mas será obrigatória a partir de 1 de janeiro.

 

A desmaterialização da receita médica terá um período experimental de 1 de outubro até 31 de dezembro de 2016, mas estão reunidas todas as condições para que a receita sem papel passe a ser obrigatória a partir de 1 de janeiro de 2017.

«Durante o período experimental vão continuar a existir receitas em papel, sendo já de caráter obrigatório, em todas as farmácias da Região, desde o dia 1 de outubro de 2016, a dispensa por via eletrónica. Estão reunidas todas as condições para que após este período a receita sem papel seja obrigatória a partir de 1 de janeiro de 2017», disse Ana Nunes.

A presidente do IASAÚDE afirmou, no entanto, que a guia de tratamento de forma impressa continua a ser possível para os cidadãos que a solicitem aquando do ato da prescrição.

«Isto é uma mensagem muito importante para os nossos utentes mais idosos que possam ter alguma dificuldade em relação às novas tecnologias», referiu.

O que significa que, nesta altura, os utentes que se dirigirem a um médico, além da receita em papel, já lhes vai ser passada uma receita electrónica. Através do cartão do cidadão, esta fica imediatamente acessível nas farmácias da Região e do país, sendo que também pode ser enviada por email ou por SMS para o utente.

Ana Nunes frisou que este novo modelo traz vantagens para os cidadãos, farmácias e todo o sistema de saúde, porque a prescrição pode conter diferentes tipologias de medicamentos, ou seja, todos os produtos são prescritos num único receituário e o utente pode optar por aviar separadamente a medicação quando necessitar e onde quiser.

«Há uma maior segurança para os profissionais e utentes e uma maior eficácia e eficiência no circuito da receita e de medicamentos do Serviço Regional de Saúde», destacou, acrescentando que a receita sem papel contribui para reduzir os custos e é importante em termos ecológicos.

Faria Nunes, secretário regional da Saúde, disse que o sucesso deste projeto exige que haja um envolvimento de todas as entidades, mas garantiu que a partir de 1 de janeiro a receita desmaterializada vai entrar em plena função.

«Todos nós sabemos que a adaptação vai demorar um certo tempo, sendo esta uma das razões pela qual optamos por fazer esta fase experimental para nos habituarmos ao novo sistema. Portanto, não é preciso grandes stresses no futuro, porque temos três meses, tanto para aperfeiçoar a parte informática, como para fazer a assimilação de como será o novo receituário no futuro», frisou.

Refira-se que a cerimónia da implementação da prescrição eletrónica do medicamento desmaterializada realizou-se ontem, no Centro de Saúde do Bom Jesus.

Na iniciativa estiveram também presentes Maria João Monte, presidente do conselho de administração do SESARAM, Henrique Martins, presidente do conselho de administração da SPMS - Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, representantes das Ordens dos profissionais da saúde (médicos, farmacêuticos e enfermeiros),representantes das associações das Farmácias e outras individualidades regionais.

 PRESCRIÇÃO

 TRÊS MESES «É MUITO TEMPO»

Henrique Martins, presidente do conselho de administração da SPMS -Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, disse que «é muito tempo» o período de experimentação para que todos se possam adaptar à desmaterialização da receita médica.

Mesmo assim, referiu que este novo modelo «vai ser muito bom» para os portugueses que residem no continente, onde estão muitos madeirenses.

«O papel não é fácil de se transportar entre o continente e as ilhas e as mensagens digitais são mais rápidas, mesmo quando a pen está em baixo durante duas horas», referiu.

O presidente do conselho de administração da SPMS afirmou que foi possível implementar a receita sem papel devido ao trabalho que foi desenvolvido em conjunto entre todas as entidades. E, por isso, Henrique Martins fez questão de frisar que não existe Serviço Regional e Nacional de Saúde, porque ambos são apenas um só.

Na ocasião, recordou que «em 2011 ainda havia um registo regional de utentes na Madeira que não interagia digitalmente com o registo nacional de utentes». «Havia prescrição em papel na Madeira e não havia uma receita médica em computador», exemplificou.

Sandra S. Gonçalves

 

Fonte: Jornal da Madeira