A ampliação do serviço de urgência do Hospital do Funchal, desenvolvida no âmbito da pandemia da covid-19, tem conclusão prevista para agosto e permite uma melhor resposta no caso de uma segunda vaga, afirmou hoje o Governo da Madeira.
As obras, visitadas pelos secretários madeirenses dos Equipamentos e Infraestruturas e da Saúde, foram desencadeadas em abril para fazer face “às urgentes necessidades transmitidas pelo Serviço Regional de Saúde para a ampliação das Urgências do Hospital Dr. Nélio Mendonça, motivadas pela pandemia”, representando um investimento de 1,5 milhões de euros.
O secretário da Saúde do arquipélago, Pedro Ramos, salientou que esta intervenção representa uma “melhoria não só na capacidade de camas para utentes” (mais 14), mas “vem numa altura particular e importante”, no contexto da pandemia de covid-19.
O governante realçou que já decorreram “obras noutras zonas” do hospital do Funchal, pelo que esta unidade está em condições de “assegurar uma resposta de grande dimensão, se for necessária, próxima dos 100 doentes”, inclusive numa eventual segunda vaga.
Pedro Ramos destacou que as obras “já estavam planeadas” e vão estar concluídas em agosto, começando em setembro o plano de contingência da gripe, que “vai ter características especiais devido a esta pandemia que continua a existir”.
A situação, sublinhou “vai colocar um grande desafio aos profissionais” da área da saúde, que com esta intervenção veem melhoradas as condições de trabalho, passando a ter “uma boa infraestrutura”.
Segundo o governante, “a ampliação desta estrutura vem acompanhada sempre de mais recursos humanos”. Aliás, referiu, na anterior legislatura o Governo Regional “assegurou a contratação de mais 1.528 pessoas, profissionais de todas as áreas”.
“Na próxima legislatura existe um nível para ser atingido, mais 600 profissionais para a área da saúde, com uma quota anual de 150 profissionais, que este ano está quase assegurada com as contratações que temos necessidade de fazer, para concretizar todas as estratégias que o Governo Regional implementou para dar resposta à covid”, avançou.
Pedro Ramos recordou que só nos aeroportos da Madeira “estão quase permanentemente 100 pessoas da área da saúde e da Associação de Promoção da Madeira” afetas à realização dos testes de despiste aos passageiros que chegam à região.
Por seu turno, o secretário dos Equipamentos e Infraestruturas do executivo de coligação PSD/CDS, liderado por Miguel Albuquerque, referiu que a pandemia da covid-19 “obrigou os serviços de saúde a implementar medidas excecionais para o encaminhamento dos doentes, sem comprometer o atendimento seguro e eficiente dos doentes não covid”.
Pedro Fino sublinhou que o objetivo deste projeto de ampliação desencadeado em abril é “melhorar as condições de atendimento com segurança, qualidade e eficiência dos doentes que ocorrem às urgências” do hospital do Funchal.
“Devido a ter acessibilidades diretas para o exterior e, se for necessário, permite isolar esta área do restante serviço de urgência e está perfeitamente compatibilizada com uma futura intervenção, que irá ser iniciada no próximo ano, que é a reorganização do bloco operatório e cirurgias localizado no piso superior”, adiantou.
A Madeira registava na quinta-feira, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto de Administração da Saúde (IASAUDE) um novo caso de covid-19 e dois suspeitos, elevando o número de ativos para nove, três situações que foram identificadas no Aeroporto Cristiano Ronaldo.
A autoridade regional de saúde anunciou que o total de casos positivos no arquipélago é agora de 106, já com 97 recuperados.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 667 mil mortos e infetou mais de 17 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.727 pessoas das 50.868 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
In “JM-Madeira”