Só neste mês de março, já foram administradas 2.000 vacinas a bebés até os 12 meses, contrariando a quebra que se vai registando ao nível nacional.

 

Contrariando a tendência do território continental, na Madeira vai-se cumprindo, na íntegra, o plano de vacinações. “Todos os bebés, crianças, até aos 12 meses, têm as vacinas em dia”, conforme afiança ao JM Ana Gouveia.

 

Esta responsável do IASAÚDE fala mesmo numa espécie de excesso de zelo, havendo vacinas que podem ser dadas “entre os seis e os 12 meses e nós administramos, na mesma, o mais cedo possível”.

 

De resto, para atestar a veracidade dos factos, Ana Gouveia releva que até esta altura de março deste ano “administrámos já 2.000 vacinas, sendo que em 2019, durante todo o mês homólogo, foram 2.020 no total”, partilhando, também, que “a vacinação de grávidas, neste período, também aumentou relativamente ao ano passado”.

 

Ana Gouveia lembra que o processo de vacinação na Região obedece a um plano em que “temos tudo informatizado, nós informamos o utente da data de vacinação e combinamos a sua presença no centro de saúde”, pelo que a monitorização é constante.

 

Nesta fase, com a pandemia a determinar a não existência de aglomerados, há esse cuidado especial, mas reiterando que “nenhuma criança até aos 12 meses deixou de levar a sua vacina”.

 

Nos outros, “um bocadinho mais crescidos”, a gestão permite outra descompressão, mas os prazos, na medida do possível, também vão sendo cumpridos.

 

O contacto com Ana Gouveia resultou, em muito, da informação nacional que aponta para uma fuga dos centros de saúde. Ou seja, muitos pais deixaram de levar crianças e bebés aos centros de saúde para serem vacinados.

 

Menos 8.600 por dia no País

 

Essa informação dá conta que estão a ser ministradas menos 8.600 vacinas por dia. Entre os dias 16 e 18 de março, foram administradas 48.000 vacinas, mas em três dias da semana anterior, tinham sido mais de 74.000. São os números mais baixos em dez anos, conforme constata a Direção-Geral de Saúde, que recorda que a vacinação até aos 12 meses é obrigatória e que não deve ser adiada.

 

A DGS alerta que o teste do pezinho deve ser feito entre o 3.º e o 6.º dia de vida e não pode ser adiado, assim como as vacinas e as consultas de vigilância da saúde infantil e juvenil.

 

Numa nota no ‘site’, a DGS diz que os constrangimentos impostos pela pandemia de Covid-19 podem constituir “um fator de agravamento de eventual desequilíbrio das dinâmicas familiares” e sublinha que se torna nesta altura relevante a “reavaliação do risco familiar e respetiva intervenção preventiva pelas equipas de família, com eventual suporte dos núcleos de apoio a crianças e jovens em risco”.

 

No todo nacional, também a afluência nas urgências está a cair a pique. Há hospitais no País que passaram de 700 urgências por dia para apenas 200, numa redução de cerca de 40%, ainda assim inferior às idas aos centros de saúde, com uma quebra de 90%.

 

David Spranger

In "JM-Madeira"