Na Região, o plano de contingência já surtiu efeitos nas farmácias, que mesmo sem nenhum normativo, escolheram implementar medidas de prevenção A corrida às farmácias torna-se cada vez mais efusiva.
Sem mãos a medir para dar uma resposta efetiva ao plano de contingência do Covid-19, as farmácias, mesmo sem ainda ter saído nenhum normativo da Associação Nacional de Farmácias (ANF), já tomaram medidas preventivas, a fim de se precaverem. “Pela Sua Saúde, pela Saúde de Todos”. É esta a mensagem que se lê à entrada da Farmácia Portuguesa, no Funchal. No chão chamam a atenção as várias linhas que assinalam a distância social de segurança que deve ser estabelecida entre o funcionário e o cliente.
O JM andou pelas ruas funchalenses e, ao que conseguiu apurar, são poucas as farmácias que ainda não tomaram quaisquer medidas contra a pandemia de Covid-19. Espaços delimitados com fita, desinfetantes e até proteção com vidros. Esta última medida implementada na Farmácia do Caniço e na Farmácia Funchal.
Porém, alguns dos funcionários com quem o Jornal contactou informaram que há pessoas, especialmente os mais idosos, que ainda não estão mecanizados para lidar com as novas 'regras' e não Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. “Pela Sua Saúde, pela Saúde de Todos”. É esta a mensagem que se lê à entrada da Farmácia Portuguesa, no Funchal. No chão chamam a atenção as várias linhas cumprem com o estipulado, por falta de atenção.
Desinfetantes e máscaras
Em menos de uma semana a procura aumentou exponencialmente. Os desinfetantes nem descansam nas prateiras, tem sido um constante “chega e sai”, que tem exigido às farmácias uma resposta efetiva perante o atual estado de emergência. Já as máscaras, que chegam “a conta gotas”, devem, conforme sublinhou Bruno Olim, antigo presidente da delegação regional da Madeira da Ordem dos Farmacêuticos, ser reservadas às pessoas que estão na linha da frente ao Covid-19. “As máscaras são muito necessárias para os nossos profissionais de saúde, Proteção Civil e doentes crónicos que são imunocomprometidos”, começa por dizer. “Estamos também a falar de pessoas que trabalham com empresas de publicidade, eletricidade, comunicação, abastecimento de água, entre muitas outras que têm de estar no terreno todos os dias”, disse ao JM.
A mensagem é clara, não comprar sem necessidade e ser consciente. Manter o equipamento disponível para os operacionais que têm, efetivamente, de lidar com os doentes infetados, expondo-se para ajudar os demais.
COVID-19 Não há motivos para não tomar 'Ibuprofeno'
Em tempos tumultuosos surgem rumores. O mais recente aponta o anti-inflamatório 'Ibuprofeno' como acelerador ao agravamento de um doente com Covid-19.
Acalme-se. Num momento onde o receio e o medo se ampliam, figuram-se hipóteses que semeiam o crescente medo ao novo surto.
Muitos falam, mas a Ciência impera. A nova teoria que circula nas redes sociais 'alerta' para a toma do Ibuprofeno em caso de suspeita de coronavírus. Mas vamos por partes. Tudo terá começado numa publicação da revista científica 'Lancet', no dia 11 de março, com base em três estudos feitos a doentes chineses.
Nessa análise, especula-se que o 'Ibuprofeno' aumenta a quantidade da enzima 'angiotensina 2' (ACE2) no organismo que, segundo o estudo, são usadas pelo coronavírus para entrar nas células humanas. Logo, mais ACE2 aumenta as probabilidades de contrair Covid-19.
A dar força a esta hipótese, surgiu o ministro da Saúde francês, Oliver Véran, que publicou no Twitter, no dia 14 de março, que doentes infetados não devem tomar anti-inflamatórios como 'Ibuprofeno', apontando ainda que “pode piorar a infeção”.
Ainda seguindo a linha francesa, o diretor-geral da Saúde de França, Jérôme Salomon, certificou a teoria desaconselhando ao uso do medicamento tendo, inclusive, enviado diretivas aos hospitais franceses para esse fim.
Em Portugal, estas declarações já surtiram efeito e, de acordo com o Jornal Económico, Ricardo Baptista Leita, deputado do PSD que é também médico de saúde pública, já reagiu à afirmação de Oliver Véran questionando-o se tem bases científicas sobre o que está a dizer.
Ora, em solo madeirense, quem apontou a mesma dúvida foi Bruno Olim, antigo presidente da Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Farmacêuticos, que assegura ao JM que não há cientificamente uma relação negativa entre o 'Ibuprofeno' e o Covid-19.
“Neste momento não há nenhuma evidência científica, que de forma clara, diga que há uma recomendação negativa na utilização de 'Ibuprofeno' no Covid-19. (…) até porque com os sintomas do coronavírus o anti-inflamatório aqui não me parece que faça muito sentido”, disse.
Ao Jornal deixou claro que esta lhe parece “ainda uma não questão”. No entanto, sublinha, “estamos numa fase em que as coisas acontecem ao segundo e mudam muito depressa”.
A verdade é que mesmo que venha a ser certificada esta teoria, Bruno Olim, referiu que o importante é estar atento aos sinais (tosse, febre e dificuldade a respirar) e confiar que os profissionais de saúde vão tratar o paciente de acordo com aquilo que é a ciência, e as normas internacionais emitidas, e vão respeitar aquele que é o tratamento do Covid-19. BN.
In "JM-Madeira"