Pedro Ramos diz que vai reduzir a sua presença em eventos tal como recomendam a DGS e o IASAÚDE.

O secretário regional da Saúde vai reduzir a sua participação pública em eventos com muitas pessoas.

O exemplo vem de cima e foi esta a primeira Secretaria a responder, ontem, ao JM, sobre se estão previstas medidas para breve, nomeadamente no que diz respeito à redução das iniciativas públicas e agendas de cada governante do Executivo madeirense, assim como das autarquias da Região.

Do gabinete de Pedro Ramos, a resposta foi imediata: “o secretário regional de Saúde vai reduzir a sua participação pública em eventos com muitos pessoas indo ao encontro das recomendações da Direção-Geral de Saúde e do IASAÚDE.

As restantes Secretarias ou não responderam ou remeteram o Jornal para a Vice-presidência, mas a resposta veio mesmo da Quinta Vigia, a qual refere que o Governo Regional vai manter, para já, o calendário de iniciativas que tinha agendadas para estes dias.

No entanto, o Executivo admite ser possível que a realização de eventos possa ser revista conforme for determinado pelas autoridades de Saúde. “Neste momento, esta é uma matéria em permanente atualização, estando a ser acompanhada pelo Governo, que agirá consoante os cenários e de acordo com o que está planificado”, diz a resposta da Presidência.

Já no que toca às autarquias – e das que conseguimos resposta – a única que já admite redução de agenda e até apela às pessoas para evitarem se deslocar aos serviços camarários, é a de Santa Cruz. A autarquia pede que se evite deslocações desnecessárias aos serviços de atendimento e que se tente resolver as questões que sejam possíveis pelos meios alternativos, nomeadamente telefone ou email.

O município realça a importância de as pessoas evitarem se deslocar aos serviços públicos em caso de sintomatologia associada ao Covid-19, nomeadamente tosse e febre. “Se todos fizermos a nossa parte, estaremos todos mais protegidos”, considera numa nota divulgada no Facebook.

Contactada pelo JM, a autarquia admite que, em caso de necessidade, a agenda no exterior será reduzida no sentido de minimizar as possibilidades de contágio pelo coronavírus. Quanto ao plano de contingência, estará pronto esta semana.

A Câmara do Funchal, por seu lado, admite que a agenda mantém-se até que as autoridades regionais indiquem outros procedimentos. Ainda assim, o plano de contingência está praticamente concluído e vai ser assegurada a existência de material de divulgação e de higienização pessoal, de proteção individual em todas as instalações, adaptando os locais sob a sua gestão, de acordo com todas as recomendações em vigor. As autarquias de Câmara de Lobos e de Santana vão pela mesma ideia. Dizem que à medida que a situação for avançando, poderão tomar medidas drásticas quanto a eventos públicos.

Em Câmara de Lobos, por enquanto as atividades mantêm-se. Em Santana, nos próximos dois meses, não há eventos que possam gerar grandes aglomerados. Quanto às saídas da equipa camarária, estas também serão analisadas conforme a evolução do problema na Madeira. Os planos de contingência de ambas as autarquias estão também em fase de finalização.

O Município da Ribeira Brava, que tem também o plano de contingência em fase de aprovação, diz-nos que, para já, não está a haver cancelamentos de iniciativas. Garante, contudo, que está atento a todas as recomendações da Direção-Geral de Saúde e do Instituto de Administração da Saúde. A Câmara do Porto Moniz, por seu lado, afirma que os próximos eventos no concelho não decorrem em espaço fechados. São provas desportivas e que, em princípio, irão decorrer. Tal como os outros municípios por nós contactados, esta Câmara diz estar atenta e poderá rever a agenda em caso de necessidade. O plano de contingência está em elaboração. São Vicente diz que a agenda mantém-se. Pelo menos por enquanto. O plano de contingência está em fase de elaboração. O Porto Santo diz que está atento à problemática. Já tem o seu plano de contingência e não tem cancelado qualquer evento, porque, para já, não se justifica.

Machico, pela voz de Ricardo Franco, garante que o plano de contingência já foi para o Serviço Municipal e que todos os eventos públicos decorrem dentro da normalidade. Nenhuma agenda, nem sequer a da vereação, foi cancelada. No entanto, há um grande, que reúne centenas de pessoas, o MIUT, agendado para 25 de abril, que o autarca desconfia sobre a sua concretização, embora garanta que a Câmara está a atuar como se a iniciativa fosse decorrer. “No entanto, até lá, nunca se sabe”, sublinha.

Ordem dos Enfermeiros na Madeira adia conferência

A Ordem dos Enfermeiros na Madeira adiou a conferência sobre coronavírus que ia ter lugar numa unidade hoteleira do Funchal, a 14 de março, e que teria a presença de Francisco George, anterior diretor-geral de Saúde. “Em virtude das crescentes medidas de contenção pelo novo coronavírus em Portugal e em articulação com as Autoridades de Saúde regionais”. “Oportunamente divulgaremos nova data de reagendamento posterior”, adiantou a OE. A Direção-Geral de Saúde está a apelar aos organizadores de eventos para que reflitam bem sobre determinadas questões e decidam se vale mesmo a pena levar por diante a iniciativa.

Carla Ribeiro

In “JM-Madeira”