O 'micro-site coronavírus' é um novo mecanismo digital que será, hoje, apresentado durante o Plano de Contingência Regional, que funcionará como ponto informativo para profissionais e população.

 

O micro-site intitulado 'coronavírus' é um dos mecanismos informativos que será, hoje, exibido durante a apresentação pública do Plano de Contingência Regional para o novo surto de vírus que se realiza, pelas 18h00, no Auditório da Proteção Civil.  Em declarações ao JM, Herberto Jesus, presidente do IASAÚDE (Instituto de Administração da Saúde), revelou que o 'micro-site coronavírus', disponível no site oficial do IASAÚDE, vai englobar “informações para os profissionais de saúde e para o público em geral, atualizada de acordo com as normas que chegam em tempo útil às entidades regionais. E, a partir daí, vamos nos adaptando e informando a população. É um ponto de contacto para a população e para os profissionais, de forma a ter conteúdos de forma mais estruturada e mais rápida” informou.

 

Após o alerta, no dia 30 de janeiro de 2020, para a situação de Emergência de Saúde Pública, de âmbito internacional provindas pela Organização Mundial da Saúde, a autoridade regional durante os últimos dias, esteve em contacto com diferentes entidades da Região Autónoma da Madeira, responsáveis pelas portas de entrada na Região.

 

Em conjunto, uniram esforços e alinhavaram o Plano que hoje será apresentado, definindo normas e orientações a ter perante casos suspeitos de infeção

 

“Esta preparação, este tempo que levamos, foi de maneira a adaptarmo-nos a tudo o que estava a aparecer a nível nacional e internacional, e de forma a ter todos juntos, uma resposta integrada da Região. Hoje, será apresentado um Plano de Contingência regional, que aborda diferentes cenários, desde um caso de contágio, como a vários casos, adaptando de acordo com a situação. Há um grande alinhamento com a Direção Geral da Saúde (DGS), como não podia deixar de ser, mas também existe uma adaptação a algumas especificidades regionais” explicou o presidente ao Jornal.

 

No documentou, vão ser também analisados todos os recursos da ilha, analisando as portas de entrada dos diferentes parceiros, constituindo-se num plano integrador de uma resposta global, tendo “um foco essencial num objetivo único”.

 

“Quando se faz um plano, é ter uma região toda a trabalhar de forma a que se surgir um caso, cada um saiba o que fazer e a quem recorrer. O objetivo é obter o maior sucesso de resposta, perante esse tipo de situação e que sejam todos referenciados em tempo útil”, disse.

 

Como tal, Herberto Jesus, apela para que as pessoas estejam atentas e em alerta para as medidas de proteção individual, participando de forma ativa.

 

 

 

Sem controlo no aeroporto

 

Questionado pelo Jornal acerca do controlo na entrada dos passageiros provenientes da China, no Aeroporto da Madeira, o presidente do IASAÚDE disse que estão a ser seguidas as recomendações da Comissão Europeia e da DGS, sendo que até a data, não houve motivos para alarme. Porém, sublinhou ao JM, caso a situação mude de figura, a Região está em alerta total.

 

“Nós estamos a seguir as normas internacionais e as regras, até hoje, estão sempre a mudar. Não é aconselhado rastreio à entrada nos aeroportos ou nos portos, até o momento. Estas são as normas que estamos a seguir. Mas é como eu lhe digo, isto está a mudar de dia para dia. Se houve alguma alteração, nós vamos ser os primeiros a implementar, temos mecanismos para isso e todos os serviços já estão preparados. O que hoje é verdade, amanhã pode não ser, depende da evolução das coisas” concluiu Herberto Jesus.

 

304 mortos e 14 mil infetados

 

Os números continuam a subir e desenham um cenário cada vez mais negro. O número de mortos subiu para os 304 e são mais 14 mil, os infetados pelo novo surto que começou na China e que tem vindo a alastrar-se por todo o mundo.

 

As vítimas mortais já não se focam apenas na China. As Filipinas anunciaram, ontem, a morte de um cidadão de nacionalidade chinesa.

 

O novo coronavírus (2019-nCoV) foi detetado em dezembro de 2019, em Wuhan, na capital da província de Hubei.

 

Vinte repatriados com sintomas

 

Vinte pessoas repatriadas por França e que chegaram ontem a Marselha provenientes da cidade chinesa de Wuhan, foco do novo coronavírus, vão realizar exames médicos de imediato, já que apresentam sintomas de um possível contágio.

 

Os repatriados chegaram à base aérea de Istres, sul de Marselha, a bordo do segundo avião que repatriou franceses de Wuhan. O primeiro chegou na sexta-feira.

 

A ministra da Saúde francesa explicou que os passageiros que apresentaram sintomas de um possível contágio vão ficar na pista da base aérea “sob vigilância de médicos militares” até que cheguem os resultados dos exames. Entre as 20 pessoas estão franceses e cidadãos não europeus.

 

REPATRIAÇÃO

 

Portugueses chegaram a Lisboa e avião privado aterrou nos Açores

 

O avião da Força Aérea que trouxe os 17 portugueses da cidade chinesa de Wuhan, foco do novo coronavírus, aterrou ontem, pelas 20h30, na Base Aérea de Figo Maduro, em Lisboa. Todos eles aceitaram ficar em isolamento e segundo a ministra da Saúde, o resultado de análises feitas será conhecido nas próximas horas.

 

O avião tinha partido da base militar de Istres, em Marselha, na tarde de domingo, às 14h30, uma hora a menos em Portugal. O Airbus A380, proveniente da China, trazia 250 cidadãos europeus.

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, na quinta-feira passada, a situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, devido ao coronavírus na China.

 

O Hospital Pulido Valente, em Lisboa, e o Hospital Militar, no Porto, estão preparadas para os receber.

 

Entretanto, um avião privado, com chineses, aterrou ontem à noite, em Ponta Delgada. Isto depois de ter sido rejeitado por vários países, conforme noticiou o DN. O voo seguia para as Bahamas, mas foi impedido de aterrar e só reabasteceu na República Dominicana.

 

Após paragem no Haiti, onde não puderam sair do aparelho, 11 passageiros e três tripulantes seguiram para Ponta Delgada.

 

Por Bruna Nóbrega

In "JM-Madeira"