Será mais uma resposta disponibilizada aos casais com problemas de fertilidade na Região. Joaquim Vieira, diretor do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Serviço Regional de Saúde, explicou ontem, ao JM e à 88.8 JM FM, que entre o final deste ano e o início do próximo ano, estarão disponíveis na Região novas técnicas, nomeadamente a fecundação ‘in vitro’, o que significa que deixará de ser necessário aos utentes a deslocação a unidades hospitalares no continente para a realização deste tipo de tratamentos.
“Está já na fase terminal de instalação, e dentro de pouco tempo, aqueles utentes que nós enviamos para Lisboa e para o Porto, para a medicina da reprodução, nomeadamente ao nível das fecundações ‘in vitro’, passarão a realizar esses tratamentos aqui”, disse o responsável. “Está previsto que isso aconteça já no fim deste ano, até ao início do próximo ano. Já existem instalações, e já temos até algum equipamento. Estamos à espera que tudo esteja pronto a funcionar.”
Apesar de ter iniciado a sua atividade em 2014, a Unidade de Medicina de Reprodução do SESARAM não dispõe ainda de todas as técnicas, pelo que uma parte dos utentes é ainda obrigada a efetuar deslocações ao continente.
Por essa razão, Joaquim Vieira não tem dúvidas de que se trata de um passo importante, e por isso mesmo, afirma que “ao nível da fecundação as coisas estão no bom caminho”. Isto numa especialidade da medicina que tem cada vez mais procura na Região.
“Há muita procura”, revelou. “Há muitos casais inférteis que têm de recorrer à chamada reprodução
medicamente assistida, e enviamos um número muito grande de utentes para os hospitais de fora da Região.” Sem querer apontar a um número exato de utentes deste serviço na Região, o médico asseverou, no entanto, que é seguro afirmar que se tratam de “números significativos”.
“Nesse aspeto, é algo que vem melhorar o serviço na Região e dar mais conforto aos utentes”, considerou, explicando que os custos elevados associados entre os tratamentos e as viagens acabavam, muitas vezes, por demover os mais carenciados. “O grande beneficia- do é o utente, porque passa a dispor de um serviço mais completo, que oferece mais qualidade e conforto, e com muito menos custos.”
A Unidade de Medicina da Reprodução foi, recorde-se, após a autorização do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, o décimo centro público do País que veio dar resposta aos problemas de fertilidade que afetam cerca de 15% da população, utilizando diferentes técnicas médicas, cirúrgicas, e de procriação medicamente assistida.
Em Portugal, os utentes podem optar pela fecundação ‘in vitro’ no setor público ou privado, sendo que no último caso o processo será mais rápido, mas também muito mais caro. O custo da fertilização ‘in vitro’ através de uma clínica privada poderá rondar os quatro mil euros, ainda que não seja fácil apontar a um valor exato, devido às muitas condicionantes.
Desde o momento da criação desta Unidade a procura a este serviço tem vindo a aumentar, tal como refletem os números das consultas realizadas, sendo que em 2014 foram realizadas 938 consultas, e em 2017 registaram-se 1590.
In “JM-Madeira”