Ataques cardíacos e derrames cerebrais mataram 1,8 milhões de europeus em 2016, segundo os dados do Eurostat. Mas há países, como a França e o Reino Unido, em que o cancro já surge como a principal causa de morte.
As doenças do aparelho circulatório, principalmente os ataques do coração e os acidentes vasculares cerebrais, foram a principal causa de morte nos países da União Europeia, em 2016. Os dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat, o gabinete estatístico da Comissão Europeia, mostram que mais de 1,8 milhões de pessoas morreram com aquelas doenças, o que representa 36% das mortes registadas naquele ano.
As mulheres do Sudão tentam ultrapassar as cicatrizes da violência física e psicológica
Na generalidade dos países, o cancro surge como a segunda causa de morte: provocou 1,3 milhões de óbitos, isto é, 26% dos 5,1 milhões de mortes registadas naquele ano. Mas há excepções: em França, Reino Unido, Holanda e Dinamarca, o cancro foi a principal causa da morte.
Em Portugal, recorde-se, as doenças do aparelho circulatório ainda são a principal causa de morte, mas estão também a perder peso, ao contrário do cancro. Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2017 mostram que a mortalidade por tumores malignos não parou de aumentar nos últimos dez anos, tendo sido, naquele ano, responsáveis por uma em cada quatro das 110.187 mortes registadas no país em 2017.
Em números absolutos, as doenças do aparelho circulatório provocaram 32.366 óbitos (menos 1,3% do que em 2016) em Portugal, enquanto os tumores malignos foram responsáveis por 27.503 óbitos (mais 0,5% do que no ano anterior).
Já no conjunto de países da União Europeia, as doenças do aparelho respiratório, que estiveram na origem de 422 mil mortes (8% do total), foram a terceira principal causa da morte, sendo que as mortes por causas externas, como os acidentes de diferentes tipos, surgem logo a seguir (237 mil mortes). As doenças do aparelho digestivo provocaram 222 mil mortes, enquanto as doenças mentais e comportamentais como a demência foram responsáveis por 220 mil óbitos.
A doença de Alzheimer matou 219 mil pessoas, ou seja, 4% do total. Por idade, cerca de um terço dos óbitos (1,7 milhões) de cidadãos europeus foram de pessoas com menos de 75 anos de idade, enquanto 1,5 milhões morreram com idades entre os 75 e os 85 anos.
Natália Faria
In”Público”