Conhecido como síndrome do esgotamento profissional, o burnout entra numa lista aprovada

 

O burnout – síndrome do esgotamento profissional – já entrou oficialmente na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). A aprovação da 11.ª revisão desta lista, que também inclui os videojogos como uma doença mental, aconteceu no sábado durante a 72.ª assembleia da OMS em Genebra.

 

 “Esta é a primeira vez” que o burnout é incluído nesta classificação, referiu Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS, citado pela agência AFP. Esta síndrome foi incluída na 11.ª revisão da CID, que tem como objectivo padronizar a codificação das doenças e outros problemas relacionados com a saúde e que entrará em vigor em 2022.

 

 “A CID-11 foi actualizada para o século XXI e reflecte os avanços críticos na ciência e na medicina”, lê-se num comunicado da OMS. O rascunho da actualização desta lista foi lançado no ano passado depois das recomendações de vários especialistas em saúde de todo o mundo. No comunicado, adianta-se que a CID-11 é completamente electrónica e pode ser incorporada em aplicações electrónicas de saúde e sistemas de informação, “tornando esta ferramenta muito mais acessível”.

 

Nesta lista, reconhecem-se os “distúrbios com videojogos” e o comportamento sexual compulsivo como transtornos mentais e muda-se a classificação do transgenderismo dos transtornos mentais, passando-a para o capítulo das “perturbações relacionadas com a saúde sexual”. O burnout inclui-se no capítulo dos “problemas associados com o emprego e o desemprego” e tem o código QD85.

 

Na lista, o burnout é definido como “uma síndrome que resulta de um stress crónico no local de trabalho que não foi bem gerido”. Também se destaca: “O burnout refere-se especificamente a fenómenos no contexto profissional e não deve ser aplicado para descrever experiências noutras áreas da vida.”

 

Ao todo, descrevem-se três dimensões desta síndrome: sensações de esgotamento de energia ou exaustão; aumento da distância mental do emprego ou sentimentos de negativismo e de cinismo relativamente ao emprego; e uma reduzida eficácia profissional.

 

In “Público”