Todos sabemos o quanto o grupo de pares pode influenciar o comportamento de um jovem. E é neste confronto com a pressão dos amigos que podem ser tomadas boas ou más decisões.
Serão, então, os jovens naturalmente mais vulneráveis e, por isso, mais propensos a assumirem riscos sem uma avaliação prévia das consequências?
A tendência dos adultos é de, erradamente, os apelidarem de irresponsáveis e inconsequentes sem, no entanto, procurarem uma explicação para perceber as transformações que ocorrem na sua vida, tanto no campo biológico, nas alterações do corpo devido à puberdade, como também no âmbito cognitivo, psicológico e emocional.
A adolescência é um período em que os desenvolvimentos psicofisiológicos são intensificados pelos fatores ambientais, nomeadamente pessoais, familiares, sociais e as mudanças comportamentais para todos sabemos o quanto o grupo de pares pode influenciar o comportamento de um jovem. E é neste confronto com a pressão dos amigos que podem ser tomadas boas ou más decisões. caraterísticas desse período, como a propensão para correr riscos, estão relacionadas com à imaturidade neurológica.
Logo, a capacidade de calcular os custos e os benefícios de uma decisão, quando expostos a uma situação de risco, poderá não ser tida em consideração, e contribuir para a apresentação de comportamentos desviantes.
Nesta fase da vida quando o adolescente é exposto, por exemplo, a um elogio reage muito mais fortemente do que uma criança ou adulto. Esta particularidade torna-os, por isso, mais suscetíveis e influenciáveis.
O jovem quando interage com o seu grupo de amigos desenvolve sentimentos positivos como a sensação de bem-estar e alegria, como resultado da forte identificação de grupo que se traduz na partilha de valores e ideias e onde experimentam novas vivências e emoções que podem ter consequências negativas para o seu normal desenvolvimento.
É nesta fase da vida do jovem e no contexto da relação pais-filhos que é importante que os laços de proximidade se estreitem, proporcionando um ambiente familiar favorável à promoção de uma comunicação clara e aberta com base na confiança e compreensão mútua.
O envolvimento parental torna-se, portanto, fundamental para que o jovem possa desenvolver a sua autonomia num ambiente familiar de segurança, proteção e afetividade.
MÓNICA PEREIRA
Socióloga - Instituto de Administração da Saúde
Unidade Operacional de Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências
In “JM-Madeira”