Números de 2017 divulgados ontem pelo secretário regional da Saúde

35 mil consultas na área do Planeamento Familiar foram realizadas no ano passado pelo Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, sendo que 22 mil foram realizadas por enfermeiros e as restantes 13 mil por médicos.

Foram números mencionados pelo secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, na cerimónia de abertura das IV Jornadas Regional da Associação para o Planeamento Familiar (APF), que reuniu cerca de 70 profissionais de Saúde na manhã de ontem no Hotel Baía Azul, situado no Funchal.

NASCIMENTOS DEVEM AUMENTAR NA REGIÃO

Enaltecendo o trabalho que a APF tem vindo a efetuar em conjunto com o Governo Regional na informação dos jovens para questões relacionadas com a gravidez, Pedro Ramos anunciou que este ano o número de nascimentos de- verá aumentar ligeiramente na Região. Uma situação que não foi verificada nos últimos três anos e que está relacionada com o regresso de luso-venezuelanos à Região. O secretário garantiu ainda que as interrupções voluntárias de gravidez têm vindo a diminuir na Madeira, relembrando que existe uma consulta no SESARAM que monitoriza e acompanha estas situações.

Frisou que a partir deste ano o Executivo vai celebrar um contrato-programa com a APF, para que continue a apostar nas áreas da prevenção da gravidez não desejada; intervir com grupos vulneráveis; a integrar a sexualidade nos cuidados de saúde; a prevenir o VIH/SIDA; e apoiar a preconceção, nascimento e parentalidade.

Sendo a Câmara Municipal do Funchal parceira da associação, presente na ocasião, a vereadora Madalena Nunes, assinalando os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, chamou a atenção para os que são discriminados por terem uma doença sexualmente transmissível ou uma orientação sexual diversa daquela que é considerada norma, temáticas que serão abordadas na iniciativa.

A PREVENÇÃO É A CHAVE DA FERTILIDADE

As jornadas prosseguem hoje e vão contar com a preleção de Lídia Remesso, presidente da APF, associação que existe há 51 anos em Portugal e 16 na Região. Irá discutir a temática da fertilidade e os fatores que para ela contribuem. Ao JM fez uma antevisão, ressaltando o exercício físico, a manutenção de um índice de massa corporal raoável e um estilo de vida saudável (longe do tabaco) como fatores que previnem a infertilidade. Mas como a idade é o fator mais relevante, a presidente recomendou às mulheres que não cedam às pressões da sociedade e tenham filhos o mais cedo possível. Sobre as mulheres que têm filhos aos 40 e 50 anos, disse que a maioria recorre a técnicas de procriação medicamente assistida. “A partir dos 30/35 anos a nossa fertilidade vai diminuindo e até a própria legislação só permite a utilização de técnicas de procriação medicamente assistida até aos 40 anos”, concluiu.

Cláudia Ornelas

In “JM-Madeira”