O cancro da próstata é o segundo mais mortal. Em primeiro lugar encontra-se o do pulmão. Em cada ano, surgem, na Madeira, entre 120 a 130 novos casos de cancro da próstata.
A taxa de cura, se detetado em fase inicial, é de 85%. O pior é que os homens, neste aspeto, não são como as mulheres e não vão às consultas de rotina habituais - como fazem as mulheres em relação à ginecologia e aos exames mamários. Se o fizessem, teriam a vida ainda mais facilitada. A opinião é do urologista Ferdinando Pereira, que ontem, em colaboração com o também médico Pedro Fernandes, participou na palestra 'Vamos falar sobre o cancro da próstata', que decorreu no Hospital Dr. Nélio Mendonça.
Ao JM, o urologista admitiu que a cada ano que passa aumenta o número de casos de cancro da próstata. Mas é preciso realçar que a população está cada vez mais envelhecida, por isso é normal que o número de casos aumente. Em contrapartida, a taxa de mortalidade por causa da doença está a baixar. Ferdinando Pereira explica que, desde a década de 80, os especialistas dispõem de um marcador que, associado ao toque retal, ajuda a detetar, facilmente, este tipo de cancro. O que acontece, conforme adianta, é que a grande maioria dos homens evita ir à consulta e, sobretudo, fazer o exame por considerá-lo extremamente doloroso.
“O homem tem muito que aprender com a mulher”, afirma. Faz notar ainda que muitos dos doentes vão à consulta acompanhados pela mulher ou obrigados mesmo por ela. “Há ainda muitos tabus”, conclui. Este tipo de cancro aparece, maioritariamente, a partir dos 50 anos. Os exames de prevenção devem começar a ser feitos aos 45 se não houver qualquer histórico familiar. Caso contrário, convém antecipá-los em cinco anos. O urologista lembra que a maior parte dos tratamentos para o cancro da próstata, se numa fase tardia, vai levar à impotência porque, ao serem utilizadas hormonas, estas interferem com a vida sexual do doente. A palestra teve o apoio do Núcleo Regional da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
In "JM-Madeira"