O consumo de tabaco é a principal causa evitável de cancro, doença respiratória crónica e doenças cardiovasculares. O tabagismo continua a ser um dos principais causadores de perda de qualidade de vida e mortalidade prematura. A promoção da cessação tabágica é a melhor forma para reduzir o número de mortes por doenças associadas ao tabaco nos próximos vinte a trinta anos.

 

 

Estudos indicam que cerca de 80 por cento dos fumadores expressam vontade de deixar de fumar, no entanto, apenas 5 por cento consegue deixar com êxito e sem ajuda médica. Todos os anos, 35 por cento dos fumadores tentam deixar de fumar, contudo a taxa de sucesso é reduzida.

 

Deixar de fumar é difícil. Tratando-se de um hábito com dependência física e psíquica, os sintomas de privação do tabaco nem sempre se conseguem ultrapassar sem ajuda. No entanto, sabemos que é quatro vezes mais fácil deixar de fumar com ajuda médica, pois permite controlar e diminuir os níveis de ansiedade durante o processo.

 

Planear a decisão calmamente e recorrer a ajuda junto do médico de família é essencial, assim como envolver família, amigos e colegas de trabalho em todo o processo. Anunciar a decisão de deixar de fumar vai reforçar e tornar mais simples de cumprir o compromisso que estabeleceu.

 

Atualmente existem consultas de cessação tabágica nos centros de saúde e hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Recomenda-se assim, que o processo de fumar seja apoiado por uma equipa multidisciplinar, de forma a que seja feito um maior controlo e preparação de todas as situações novas que a pessoa terá de experienciar. É também aconselhado que durante os primeiros 3 meses de cessação, o fumador se concentre apenas na cessação tabágica e melhore ou modifique os seus hábitos de vida, alimentação e higiene do sono, promovendo ainda o exercício físico.

 

As pessoas que deixam de fumar vivem em média mais 10 anos, reduzem para metade o risco de sofrer de doença cardiovascular, assim como o risco de sofrer de cancro e de doenças respiratórias. Quanto mais cedo for tomada a decisão, maiores serão os benefícios em termos de saúde.

 

Rui Alves

 

Médico de Medicina Geral e Familiar do Centro de Saúde de Sete Rios

 

In “Saúde Online”