É crónica, não é contagiosa, não tem cura, mas tem tratamento. Cotovelos, joelhos, couro cabeludo, unhas e região lombar são as áreas mais afetadas. Hoje é o Dia Mundial da Psoríase.

 

Pode manifestar-se em qualquer pessoa e em qualquer idade. No entanto, a maioria dos casos ocorre entre os 15 e os 30 anos e entre os 50 e os 60. As áreas mais afetadas são os cotovelos, os joelhos, o couro cabeludo, as unhas e a região lombar. Atinge homens e mulheres com a mesma incidência. A psoríase é uma doença de pele crónica, não contagiosa, sem cura e de natureza autoimune, ou seja, surge quando o sistema imunitário emite sinais atípicos que aceleram o ciclo de crescimento das células da pele. Hoje é o Dia Mundial da Psoríase

 

Há vários tipos de psoríase. “Tipicamente surgem placas vermelhas e com relevo, cobertas por escamas branco-prateadas que correspondem a células da pele mortas. Estas lesões podem ser acompanhadas de sintomas como prurido, ardor e dor”, refere à NM Sara Patrício, farmacêutica, especialista em dermofarmácia, com formação específica em psoríase e urticária crónica espontânea. Esta doença pode afetar áreas limitadas da pele como os cotovelos, joelhos, couro cabeludo, região lombar e unhas ou, em casos mais graves, atingir toda a superfície da pele e até mesmo conduzir a uma artrite psoriática.

 

Lesões com pele mais espessa, vermelha e descamativa, dor e prurido, são alguns dos sintomas.

 

Os cotovelos, os joelhos e o couro cabeludo são os principais locais atingidos pela psoríase por serem áreas muito suscetíveis ao atrito. No entanto, podem surgir lesões noutros locais resultantes de traumas cutâneos como cortes, picadas de insetos, tatuagens e queimaduras.

 

A causa exata da psoríase é desconhecida, mas sabe-se que, além da hereditariedade, há fatores imunitários e ambientais que desencadeiam infeções bacterianas. O stresse, certos medicamentos, a obesidade, os traumas cutâneos, as queimaduras solares, os hábitos tabágicos, e o consumo de álcool, ajudam a potenciar esta doença de pele.

 

Estima-se que a psoríase afete cerca de 125 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, cerca de 250 mil pessoas terão esta doença.

 

“Estas doenças por serem muito visíveis e expostas têm forte impacto social, emocional e económico, devido ao absentismo laboral, às depressões, provocando sintomas como vergonha, isolamento, frustração, perda de autoconfiança na pessoa afetada”, sublinha Sara Patrício.

 

É uma doença que tem repercussões a vários níveis na vida dos doentes. “Por ser uma doença com um grande impacto na qualidade de vida dos indivíduos, afeta-os tanto na sua dimensão funcional e psicológica, como na sua dimensão social.” Além disso, a psoríase está associada ao desenvolvimento de doenças crónicas como hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes, obesidade, artrite psoriática, doença intestinal inflamatória crónica. E há ainda o isolamento social, a ansiedade e a depressão, como sublinha a especialista.

 

“Por ser pouco divulgada, a falta de informação agrava o preconceito e o estigma social, o que acentua o impacto psicológico junto dos portadores desta patologia”, refere Sara Patrício, farmacêutica.

 

Como a pele em diversos locais do corpo apresenta características diferentes, o tratamento deverá ser também diferenciado. Dependendo da gravidade, pode ser feito com cremes, pomadas, loções, fototerapia, terapêuticas sistémicas ou tratamentos biológicos. “Uma dieta equilibrada, a prática de exercício físico regular, quando associadas ao tratamento médico, não só ajudam na gestão do stresse e da ansiedade mas também têm um impacto positivo no controlo de comorbilidades como a hipertensão, obesidade e depressão”, refere a farmacêutica.

 

“Uma pele para a vida” é uma campanha de sensibilização. Mupis, folhetos e vídeos com testemunhos estão em várias farmácias do país.

 

O diagnóstico e o acompanhamento de pessoas com psoríase, aliado a uma terapêutica correta, são fundamentais para identificar e prevenir o desenvolvimento de doenças crónicas associadas e evitar a progressão da doença. Segundo Sara Patrício, “as novas alternativas terapêuticas permitem tratar a doença de forma eficaz e segura, o que, na maioria dos doentes, possibilita a resolução completa ou quase completa das lesões psoriáticas e a melhoria da qualidade de vida e do prognóstico a longo prazo.”

 

In “Jornal de Notícias”