Definir Estratégia para Alimentação na Madeira

Cinquenta e nove por cento da população madeirense apresentava peso a mais num estudo realizado entre 2013 e 2014 a quase mil pessoas com idades entre os 18 e os 65 anos.

Destes, 84% admitiram nunca ler os rótulos dos produtos alimentares que consomem, enquanto 80% garantiram estar razoavelmente dentro do que é bom e mau para a saúde. Além disso, estamos mal no que toca ao consumo de hortícolas, uma vez que a Organização Mundial de Saúde recomenda 400 gramas por dia e o resultado obtido aponta para o consumo diário, por pessoa, de 231 gramas. Comemos mais carnes processadas e vermelhas do que peixe, mas quando ingerimos peixe fazemo-lo em maior quantidade.

Estes números foram ontem divulgados no salão nobre do Governo Regional na cerimónia de apresentação dos resultados do Estudo dos Hábitos Alimentares da População Adulta da Madeira, recolhidos pelos nutricionistas do Serviço de Saúde da Região e que teve como principal objetivo conhecer o padrão alimentar e o perfil antropométrico da população.

Mas, no que toca à alimentação, não estamos mal em tudo. Por exemplo, o mesmo estudo revelou que a bebida que mais consumimos é a água, embora já há muita gente a ingerir refrigerantes. Um outro fator positivo é que a maioria das refeições principais é feita em ambiente familiar e que a sopa é mais frequente ao jantar (28%) do que ao almoço (18%). O facto de o azeite ser a gordura mais utilizada também surge como resultado positivo na alimentação dos madeirenses. Outra situação positiva tem a ver com a sobremesa, sendo que quase 80% escolhem fruta, sobretudo ao almoço. Ao jantar, já há mais gente a preferir algo doce.

Um outro fator a reter como positivo é que 60% da população adulta tem atividade física moderada e vigorosa.

O secretário regional da Saúde, que presidiu à cerimónia, ouviu todos os dados apresentados e disse que os resultados apurados vão permitir que se defina melhor a Estratégia Regional para a Alimentação da população da Madeira. “É para isso que se fazem estas investigações”, realçou, considerando que só se pode melhorar uma estratégia quando atuamos sobre aquilo que conhecemos.

Pedro Ramos lembrou que uma alimentação que não é a mais saudável vai conduzir a desfechos que sabemos quais são. Daí que seja importante apostar cada vez mais na prevenção e mudar os comportamentos. A Estratégia da Saúde Oral, a Estratégia da UCAD, a Estratégia de Prevenção de Quedas, a Estratégia de Prevenção do Cancro Oral, a Estratégia de Criação do Centro de Rastreios (a partir de 2019) irá conduzir à melhoria dos indicadores de saúde. Ainda assim, Pedro Ramos fez questão de salientar que nem tudo está mal, pois os indicadores dizem que a esperança de vida situa-se ao nível dos países europeus e, nos últimos anos, a melhor progressão até foi na Região Autónoma da Madeira.

In “JM-Madeira”