Organização Mundial de Saúde alerta que, se nada for feito, o objetivo de eliminar a doença até 2030 não vai ser alcançado. Mortes por tuberculose estão a baixar a um ritmo lento. Em 2017 morreram 1,3 milhões de pessoas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que os países não estão a fazer o suficiente para acabar com a tuberculose até 2030, naquele que é um dos objetivos da ONU. Apesar do alerta, desde o ano 2000 aproximadamente 54 mihões de pessoas foram salvas graças aos programas de combate à doença.
Para conseguirem atingir a meta global de acabar com a tuberculose até 2030, os países precisam de melhorar sua resposta a este desafio “com urgência”, aumentado o investimento doméstico e internacional para combater a doença, diz a OMS. Tereza Kasaeva, que lidera o programa da OMS para combater a doença, admite que se trata de um objetivo “muito ambicioso, já que por enquanto o progresso tem sido muito lento”.
“Precisamos de fazer mais”, disse Kasaeva, em Nova Iorque, durante uma conferência de imprensa que serviu para marcar a publicação do Relatório Global de Tuberculose 2018. “Nós temos de aproveitar o momento. Precisamos de ações urgentes e resolutivas, e de investimentos para acabar com o sofrimento e a morte causados por esta doença. É inaceitável que, em pleno século XXI, milhões de pessoas morram devido a esta doença que pode ser prevenida e curada. Isso tem de acabar. A hora de agir é agora”, reforçou.
De acordo com o este relatório relatório, o número de pessoas que morreram por tuberculose em 2017 caiu, mas, ainda assim morreram 1,3 milhões de pessoas, incluindo cerca de 300.000 pessoas com HIV – o número de casos tem vindo a diminuir cerca de 2% ao ano. Desde o ano de 2000, as mortes por tuberculose caíram 44% entre pessoas vivendo com HIV comparada com uma diminuição de 29% na população geral. Ainda assim, é a patologia contagiosa que mais mata em todo o mundo.
O OMS estima que cerca de um quarto da população mundial esteja em risco de contrair a doença, sendo que, todos os anos, se registam mais de 10 milhões de novos casos. A organização mostra-se especialmente preocupada com os países pobres, onde o acesso aos cuidados de saúde é limitado, e também com com o número crescente de pessoas que contraem variantes da tuberculose resistentes aos medicamentos.
O relatório alerta que a tuberculose multirresistente é “uma crise mundial de saúde pública”. Em 2017, cerca de 558.000 pessoas desenvolveram tuberculose resistente a rifampicina, um antibiótico de primeira-linha mais eficaz para o tratamento da doença.
Outra preocupação é a subnotificação de casos. Das 10 milhões de pessoas que desenvolveram a doença em 2017, apenas 6,4 milhões foram oficialmente registadas nos sistemas nacionais de notificação. O acesso ao tratamento ainda está num valor baixo (64%). Precisa de chegar aos 90% até 2025 para sejam alcançadas as metas, adverte Tereza Kasaeva.
Um dos maiores desafios para combater a doença é o aumento do financiamento, principalmente nos países em desenvolvimento. É preciso investir, pelo menos, mais 1,130 milhões de euros por ano no sentido de acelerar o desenvolvimento de novas vacinas, métodos diagnósticos e medicamentos
In “Saúde Online”