A doença do arranhão do gato é uma infeção causada pela bactéria Bartonella henselae e é transmitida por um arranhão, mordida ou lambidela de um gato infetado.
Geralmente, a doença não causa complicações de saúde significativas, embora isso possa acontecer em pessoas que tenham um sistema imunológico enfraquecido. Nestes casos, a infeção pode disseminar-se pelo corpo e, sem tratamento, pode levar mesmo à morte do doente.
A doença afeta sobretudo crianças e adolescentes mas há registo de alguns casos de adultos infetados. Embora a infeção possa ocorrer em qualquer época do ano, é mais frequente no Outono e no Inverno. Na sua apresentação clínica mais comum, a doença manifesta-se 3 a 10 dias depois do contacto com o gato.
Os gatos podem transmitir aos humanos vários tipos de infeções, algumas de maior gravidade. É, por isso, importante levar os gatos ao veterinário com frequência para que realizem os habituais exames de rotina.
Sintomas
O primeira sinal de alerta é o aparecimento de um caroço vermelho no local do contacto com o gato. Geralmente, o caroço tem uma crosta e às vezes contém pus. Antes de surgir o caroço, a infeção não causa quaisquer sintomas. Dentro de aproximadamente duas semanas, os gânglios linfáticos começam a inchar, podem ficar visíveis e causar dor – podem inchar até atingirem 2 centímetros de diâmetro e manterem-se assim durante 2 a 4 meses.
Doença afeta sobretudo crianças e um dos sintomas mais reportados é a febre.
Na maior parte das pessoas o único sintoma sentido é apenas o inchaço dos gânglios linfáticos. No entanto, por vezes, surgem associados outros sinais infeciosos como a febre, dor de cabeça, dor abdominal, perda de apetite, cansaço, dor nas articulações ou dor de garganta.
Em situações mais graves, ainda que raras, a febre pode tornar-se persistente e podem surgir infeções nos ossos, articulações, fígado, pulmões. Estas complicações afetam crianças com menos de 5 anos. Assim, uma mordidela ou arranhão que não cicatrize e cuja ferida esteja a piorar e/ou uma febre que não desapareça ao fim de dois dias (depois de um contacto deste tipo com um gato) são sinais de alerta que devem levar a pessoa a procurar ajuda médica.
Diagnóstico
Para diagnosticar a doença do arranhão de gato, os médicos medem a quantidade de anticorpos contra as bactérias no sangue. Contudo, o diagnóstico pode ser difícil uma vez que os sintomas são semelhantes a muitas outras doenças. Por vezes, os médicos pedem a realização de um teste cutâneo para obter um diagnóstico definitivo.
Tratamento
Para pessoas com um sistema imunológico saudável, geralmente basta aplicar calor na área infectada e tomar analgésicos. Às vezes os médicos também administram antibióticos como azitromicina para impedir que a doença se espalhe – isto em casos mais graves -, que podem ter de ser tomadas durante semanas ou mesmo meses. Uma vez contraída e curada a infeção, é muito improvável que a mesma pessoa seja infetada de novo.
Prevenção
Embora a infeção não possa ser transmitida de pessoa para pessoa, o mesmo gato pode infetar vários elementos da mesma família. Contudo, um episódio de infeção não significa que os donos tenham de retirar o animal de casa ou abandoná-lo. Existem técnicas preventivas que podem ser adotadas de modo a reduzir as hipóteses de contágio:
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Adotar um gato com mais de um ano de idade, já que os gatos bebés costumam ser os portadores desta doença
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Nunca permitir que um gato lamba as suas feridas
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Não entrar em contacto com gatos vadios ou selvagens e lavar as mãos depois de mexer num animal
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Fazer um controlo rigoroso das pulgas no seu gato, já que são estas que transportam a doença
De acordo com o Center for Disease Control and Prevention (CDC), cerca de 40% dos gatos carregam a infecção por B. henselae em algum momento de suas vidas, sendo que, na maior parte das vezes, não apresentam sinais da doença. Se o gato tiver pulgas ou arranhões visíveis no corpo, estes podem ser sinais de que deve ter cuidado ao mexer no seu gato.
Em casos raros, a doença do arranhão do gato pode causar sintomas graves nos animais, incluindo uma inflamação cardíaca e dificuldades respiratórias. A menos que tenham sintomas percetíveis, os gatos geralmente não são tratados com antibióticos.
In “Saúde Online”