Último caso confirmado na Região foi em 2013 de uma turista de nacionalidade alemã

 

Mulher de 45 anos e proveniente do Reino Unido estava ontem “internada com um quadro clínico estável”.

 

A vice-presidente do IASAÚDE fala ao JM sobre a doença e a importância da vacinação.

 

Um caso provável de Sarampo foi identificado ontem no Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira.

 

De acordo com o Instituto de Administração da Saúde (ISAÚDE), trata-se de uma cidadã de 45 anos, proveniente do Reino Unido, que se encontra “internada, com um quadro clínico estável”. Apesar de, até ao dia de ontem, não haver confirmação laboratorial pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, o Serviço de Saúde da Região garantiu estar “a implementar os procedimentos necessários, de acordo com as normativas em vigor”, nomeadamente o acompanhamento de “todos os profissionais de saúde em contacto com a doente”, “inclusive ao nível da vacinação”. A evolução da situação está também a ser acompanhada pela Autoridade de Saúde Regional, em articulação com a Direção Geral da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.

 

Ao JM, a vice-presidente do IASAÚDE, Bruna Gouveia, salientou a importância da proteção contra o sarampo uma vez que “não permite só a imunidade individual, mas faz com que o grupo se proteja”, reduzindo a possibilidade de o vírus se propagar. Assim sendo, a vacinação é recomendada às crianças - aos 12 meses e aos 5 anos - e aos adultos nascidos a partir de 1970, sem história credível de sarampo. Os que nasceram antes desta altura provavelmente já tiveram contacto com a doença, tendo, por isso, “proteção para o resto da vida”, pois o vírus era comum no passado, explica Bruna Gouveia. “O que nós queremos sensibilizar a população é mesmo para a vacinação”, sublinha a representante, acrescentando que na Madeira “a cobertura vacinal em relação ao sarampo é muito elevada”, havendo taxas entre os 97 e os 99% em algumas faixas de referência. “É importante que as pessoas confirmem o seu estado vacinal” e que se tiverem dúvidas “podem ser esclarecidas no seu centro de saúde”, disse.

 

O último caso de sarampo foi detetado na Madeira em 2013, tratando-se de uma turista de nacionalidade alemã, disse a representante, acrescentando que o surto que aconteceu no ano passado no continente serviu para sensibilizar a população para a importância da proteção.

 

COMPLICAÇÕES MAIS GRAVES “DO PONTO DE VISTA RESPIRATÓRIO”

 

As complicações mais graves provocadas pelo sarampo são do ponto de vista respiratório, disse a vice-presidente do IASAÚDE, que acrescentou que “até quando as pessoas possam ter algum contacto com o vírus já numa fase inicial, a vacina é uma forma de proteção”.

 

Sobre os sintomas desta “doença contagiosa”, Bruna Gouveia destaca a tosse, a rinorreia (pingo no nariz), a conjuntivite, os olhos inflamados e a dificuldade em lidar com a intensidade do sol e as manchas avermelhadas na pele, que se iniciam na cabeça e se propagam pelo corpo e posteriormente pelos membros, como os primeiros indicadores de sarampo.

 

À semelhança de muitos países, em Portugal a doença tem o estatuto de eliminada, referiu a profissional de saúde, sublinhando que “começam a aparecer mais surtos, noticiados em vários contextos, muitas vezes associados aos movimentos anti vacinas que têm acontecido noutros países e criam bolsas de indivíduos suscetíveis nas quais o vírus se propaga”.

 

Apesar de a população madeirense ter uma taxa de cobertura muito elevada, “estas situações podem acontecer pontualmente devido à circulação de pessoas nesta altura de viagens”, conclui.

 

SINTOMAS

 

• TOSSE;

 

• CONJUNTIVITE;

 

• OLHOS INFLAMADOS;

 

• MANCHAS AVERMELHADAS NA PELE QUE TÊM INÍCIO NA CABEÇA.

 

Cláudia Ornelas

 

In “JM-Madeira”