Rede de centros de saúde e convenção são exemplos disso
A Madeira implementou vários programas e medidas que só foram possíveis graças à Autonomia.
Se dúvidas existissem quanto à importância da Autonomia para o desenvolvimento da Madeira, a evolução que a mesma permitiu no setor da Saúde vem, sem dúvida, dissipá-las. Foi graças à Autonomia que se implementou o lançamento de uma rede de centros de saúde em todas as freguesias, para salvaguardar o acesso da população aos cuidados primários. Além disso, ao nível hospitalar, foram criadas novas valências de especialidades que evitaram que muitos doentes tivessem que se deslocar para o continente para serem sujeitos a tratamentos e exames, o que diminuiu também o constrangimento e sofrimento causado pelo afastamento da terra e da família.
A denominada Convenção permitiu também que o setor privado pudesse complementar o setor público, proporcionando mais e melhor saúde a todos aqueles que vivem na Região. Para um balanço à evolução da Saúde na Madeira depois da implementação da Autonomia, o JM ouviu Rui Adriano de Freitas, aquele que era secretário regional da tutela aquando de grandes medidas verificadas ao nível do setor.
A propósito, o secretário regional com a tutela da Saúde entre 1988 e 2000 na Região realçou que a Autonomia permitiu que tivéssemos a possibilidade de construir, à nossa dimensão e à nossa realidade, um Serviço Regional de Saúde. O SESARAM veio, segundo diz, revolucionar tudo o que diz respeito aos cuidados prestados.
Antes disso, “os indicadores de Saúde eram bastante baixos e, aos poucos, fomos conseguindo melhorias significativas”, defende Rui Adriano de Freitas, o qual destaca que, sem a Autonomia, jamais a Madeira conseguiria, por exemplo, criar um centro de saúde em cada uma das suas freguesias. O antigo governante destaca ainda a melhoria significativa verificada ao nível os cuidados diferenciados e a unificação dos dois setores sob a égide de uma direção, de um comando. Até porque a Saúde é um todo e assim tem de ser.
Aquele que tutelou, nos vários governos presididos por Alberto João Jardim, o setor da Saúde madeirense destaca ainda a criação de desenvolvimento de vários programas que vieram dinamizar os cuidados de saúde prestados a toda a população madeirense. Falou, por exemplo, dos programas de vacinação, de medicina dentária. Referiu-se ainda ao programa de ajuda domiciliária, também de extrema importância e revolucionador.
Isto numa altura em que é sabido que temos uma população envelhecida e que a esperança de vida é cada vez maior.
Novo hospital; Edifício não é o mais importante
“É preciso que se diga algumas coisas sobre um hospital novo. Não são umas novas instalações, não é um que resolve o problema às pessoas”, considera o antigo secretário regional da Saúde.
Isto quando instado a comentar sobre se o facto de a Madeira ainda não ter um novo hospital constitui uma 'pedra no sapato' para aqueles que estiveram e estão ligados ao setor da Saúde.
A 21 de maio deste ano, o primeiro-ministro, numa deslocação à Região, afirmou que está garantida a comparticipação, por parte do Estado, de 50% do valor do novo hospital, a ser erguido em Santa Rita. António Costa, na sua visita à Madeira, referiu que a Região está em condições de abrir concurso público internacional para esta obra, depois do verão.
O cronograma apresentado pelo Executivo madeirense prevê um valor de 340 milhões de euros mas o valor baixou para 314 na negociação com os encargos com as expropriações.
Rui Adriano de Freitas diz que o edifício não é o mais importante mas sim a aposta nos recursos humanos. E o antigo governante – que viu o seu nome ser atribuído ao Centro de Saúde da Nazaré - não tem dúvidas de que essa medida tem sido incentivada e que registou grandes melhorias depois da Autonomia. JM
Quarenta e sete centros espalhados pela região
O Agrupamento dos Centros de Saúde da RAM (ACES) contempla 47 unidades distribuídas por sete zonas geográficas. Na zona Oeste, há 22 centros de saúde, sendo que dois têm taxa de cobertura de utentes com médico de família a 100%. Quatro têm serviço de atendimento urgente e dois apresentam serviço de internamento. A outra zona geográfica é a de Câmara de Lobos, com cinco centros de saúde, sendo que um deles tem atendimento urgente.
No Funchal, há as denominadas Zona 1 (com 3 centros de saúde) e a Zona II com1 centro de saúde. A denominada zona Leste (integra Machico e Santana) é composta por dez centros de saúde, um deles de atendimento urgente e há também uma unidade de internamento de longa duração. A zona de Santa Cruz dispõe de quatro centros de saúde. Porto Santo tem o centro de saúde capacitado com vastos serviços.
Carla Ribeiro
In “JM-Madeira”