A falta de anestesistas é a principal carência do Serviço Regional de Saúde da Madeira (SESARAM), que tem 21 destes especialistas e precisava do dobro, disse hoje o secretário regional com a tutela. Esta foi precisamente a manchete do DIÁRIO na edição que está hoje nas bancas.
“Ainda não estamos a cumprir o rácio para a nossa população e continuamos a trabalhar no sentido de aliciar novos colegas de anestesia para virem trabalhar para a Região Autónoma da Madeira”, afirmou Pedro Ramos, à margem da cerimónia de homenagem a 17 doutorados do SESARAM.
O governante sublinhou que esta é uma realidade semelhante à realidade nacional, como comprova o Censos 2017 de anestesistas recentemente publicado e que aponta que “cerca de um terço destes especialistas trabalham nos hospitais privados”.
“As nossas dotações nesta especialidade ainda estão muito aquém das expectativas”, declarou.
Pedro Ramos salientou que o SESARAM tem trabalhado “no sentido de colmatar as lacunas nesta área” de várias maneiras: “tentando contratualizar, abrindo concursos para especialistas para virem imediatamente trabalhar para a Madeira e abrindo vagas para virem trabalhar na região”.
“Neste momento, temos uma boa relação com o Colégio de Especialidade de Anestesia e a Sociedade Portuguesa de Anestesia e continuaremos a trabalhar para que no mais curto período de tempo esta especialidade possa ter os rácios que a população exige”, sustentou o responsável da Saúde do arquipélago.
Pedro Ramos realçou que esta é presentemente a “área com maior carência no país e na região, porque a anestesia não se resume ao bloco operatório, é transversal a toda uma unidade de saúde hospitalar diferenciada”.
O governante destacou ainda o bom relacionamento institucional com a Universidade da Madeira, onde são leccionados, desde 2004, os dois primeiros anos do mestrado integrado em Medicina, associado ao Hospital de Santa Maria (Lisboa).
“Queremos progredir e ter aqui [Universidade da Madeira] o terceiro e o sexto ano”, anunciou.
Pedro Ramos também destacou a boa articulação existente entre a região e “todas as unidades do país”, que é o “resultado da confiança que os restantes hospitais têm para colocar os seus internos a fazerem formação” na Madeira, sendo necessário trabalhar para os médicos quererem ficar na ilha.
O hospital da Madeira, sublinhou, “está a enfrentar uma nova situação, fruto da instabilidade do Serviço Nacional de Saúde”, porque “o número de vagas não corresponde ao número de candidatos”.
“Temos colegas a querer saber quais as condições de trabalho na Madeira”, referiu.
No seu entender, há também um bom relacionamento do SESARAM com as diversas estruturas sindicais representativas dos 4.700 trabalhadores.
O Governo Regional prevê um investimento de 10 milhões de euros na área da saúde este ano.
In “Diário de Notícias”