A campanha divulgada na quarta-feira foi alvo de críticas por parte da deputada Isabel Moreira, que a considerou "misógina". Mas a campanha só foca o combate ao tabagismo nas mulheres (sobretudo as mais jovens) porque é este o sector que desperta mais atenção, explica Graça Freitas.
A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou esta quinta-feira que a campanha antitabágica, que a deputada socialista Isabel Moreira classificou de "misógina e culpabilizante das mulheres", visa diminuir o consumo de tabaco nas mulheres mais jovens, que são quem mais está a fumar. A campanha, intitulada "Uma princesa não fuma", mostra o relacionamento entre uma mãe fumadora e uma filha e começou quarta-feira, no mesmo dia em que a deputada socialista Isabel Moreira defendeu que o Ministério da Saúde deveria retirar o vídeo.
"Espero que o Ministério da Saúde retire a campanha, que é uma campanha misógina e culpabilizante das mulheres", declarou à agência Lusa.
Confrontada com estas críticas, a directora-geral da Saúde explicou que esta campanha do Ministério da Saúde, que Graça Freitas acompanhou desde o início, é dirigida a um público alvo: as mulheres jovens. Isto porque "é nesta parte da população que o consumo de tabaco está a aumentar, em vez de diminuir", explicou. Segundo Graça Freitas, a campanha tem um enquadramento epidemiológico que são as mulheres adolescentes, porque são as que estão a fumar mais.
Relativamente ao slogan "opte por amar mais", a directora-geral da Saúde esclareceu que se refere ao bem-estar, ao amor à vida, e não a terceiros. "Queremos, desejamos que o consumo do tabaco se reduza", adiantou, optando por esperar pela forma como a campanha vai evoluir. Segundo Graça Freitas, se se verificar que é útil alguma alteração, esta será feita.
Segundo o Ministério da Saúde, o consumo de tabaco é responsável por 10,6% das mortes em Portugal, o que significa que o tabaco mata um português a cada 50 minutos e que as mulheres estão a adoecer e a morrer mais por doenças associadas ao tabaco. "O relatório das doenças oncológicas, publicado em 2017, destacou o aumento de 15% da mortalidade no sexo feminino, entre 2014 e 2015, por tumores malignos de traqueia, brônquios e pulmão."
In “Público”