Recém-inauguradas instalações de Casa de Saúde do Funchal têm capacidade para acolher 22 utentes

Obra custou à instituição cerca de 2,5 milhões de euros, pagos com verbas próprias e com recurso à banca.

Governo Regional vai contribuir com 1.000.070 euros para a nova unidade da Casa de Saúde São João de Deus, que vai acolher, num primeiro momento, 22 utentes com deficiência intelectual e, posteriormente, pessoas com doenças neuro-degenerativas.

O anúncio é do chefe do Executivo madeirense, que esta quarta-feira esteve na inauguração da Unidade Beato João de Jesus, assim como da Praça Angulo e de dois estacionamentos cobertos com um total de 72 lugares, fruto de um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros, realizado pela própria instituição e com recurso à banca.

Miguel Albuquerque avançou que este é “um investimento essencial na saúde pública” e “na melhoria da saúde mental na Madeira”, realçando que “a obrigação do Governo Regional é, dentro das suas possibilidades financeiras, colaborar com os grandes objetivos desta instituição”. O governante enalteceu, também, a “capacidade de inovação” da Casa de Saúde São João de Deus no âmbito da “humanização dos serviços prestados” na área da saúde mental e lembrou, neste contexto, o novo programa 'Juntos no cuidar', que a instituição tem estado desenvolver na freguesia de Santo António.

 “Nós temos que desmistificar e acabar com todos os estigmas sobre as doenças mentais. O que antigamente era uma questão malvista, ou que queríamos esquecer, hoje temos que encarar com humanidade, frontalidade e abertura”, declarou Miguel Albuquerque.

O chefe do Executivo madeirense disse ainda que o Governo Regional vai “continuar a fazer um grande esforço para acompanhar a reabilitação e a melhoria da operacionalidade e capacidade de resposta desta casa”, anunciando que encaminhará, “na próxima semana”, técnicos para “estudar a situação e conseguir fundos” para concluir a reabilitação do Edifício de São Lucas, onde se encontra a recém-inaugurada unidade de saúde.

Um anúncio que surgiu no seguimento do pedido do diretor da instituição, Eduardo Lemos, que havia reconhecido, antes, que a ajuda do Governo Regional seria “um alívio muito necessário dos compromissos financeiros de curto e médio prazos deste nosso centro”.

“A obra que hoje inauguramos é da maior importância para nós e, cremos, para a Madeira”, declarou, vincando que os utentes vão “beneficiar de um serviço moderno, de elevada qualidade, com segurança e conforto, correspondendo cabalmente à preocupação sempre presente dos irmãos São João de Deus”.

Eduardo Lemos expressou, ainda, vontade de “continuar a obra hospitaleira” e “disponibilidade” para alargar o trabalho a “outras áreas assistenciais de carência humana”.

A reabilitação do imóvel tornou possível a instalação de 22 camas, 11 gabinetes de enfermagem, sala de tratamentos, sala de estar, refeitório, copa, banho assistido e outras instalações de apoio, assim como a construção de jardins nas áreas envolventes. Na inauguração esteve também presente o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, que disse que a nova unidade é uma “obra humana” e reconheceu, ainda, a importância da parceria entre as instituições públicas e instituições particulares como a Casa de Saúde São João de Deus. Por seu lado, quer o bispo da Diocese do Funchal, D. António Carrilho, quer o irmão provincial da Província Portuguesa da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, Vítor Lameiras, realçaram a aposta no desenvolvimento e a criatividade na inovação impressas na nossa unidade pela administração da instituição. JM

Instituição pretende trabalhar com M-ITI

A Casa de Saúde S. João de Deus pretende implementar um projeto em parceria com o Madeira Interactive Technologies Institute (M-ITI) para o desenvolvimento de novas abordagens, mais concretamente em utentes que necessitem de estimulação continuada ou em processos de reabilitação. “Será muito interessante trabalhar com o M-ITI, que desenvolve investigação na área da saúde, (...) com o objetivo de encontrar novas soluções para aumentar a qualidade de vida das pessoas com necessidades especiais”, disse o diretor clínico Luís Filipe Fernandes.

Tânia R. Nascimento

In “JM-Madeira”