Cerca de 1,9 milhões de portugueses sofriam de obesidade em 2015. 28,7% dos portugueses eram obesos e 126 mil tinham obesidade mórbida. Os portugueses sem qualquer nível de escolaridade ou apenas com o primeiro ciclo apresentavam maior prevalência de obesidade (43,1%).
Cerca de 1,9 milhões de portugueses sofriam em 2015 de obesidade, uma doença mais prevalente nas mulheres, nos idosos e nas pessoas com menos escolaridade e sem atividade profissional, segundo o Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF).
Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o inquérito analisou o estado de saúde da população residente em Portugal, em 2015, com idade entre os 25 e os 74 anos, tendo concluído que 28,7% dos portugueses eram obesos e 126 mil tinham obesidade mórbida.
Divulgados a propósito do Dia Nacional e Europeu da Obesidade, que se assinala no sábado, os dados indicam que três em cada dez mulheres (32,1%) eram obesas, contra 24,9% dos homens.
Os portugueses sem qualquer nível de escolaridade ou apenas com o primeiro ciclo apresentavam maior prevalência de obesidade (43,1%), seguidas das que têm o segundo ou terceiro ciclo (28,7%).
Já na população com o ensino secundário, a prevalência da obesidade situava-se nos 22,7% e nos 14,7% nas que têm o ensino superior.
Também se verificou níveis maiores de obesidade na população sem atividade profissional (reformados, domésticos ou estudantes) (40%), uma situação que também afetava 29,4% dos desempregados e 23,7% dos empregados.
Contactada pela agência Lusa, a presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO), Paula Freitas, salientou a importância do Dia Nacional e Europeu da Obesidade, para “colocar a população portuguesa a pensar na obesidade como doença”.
“O nosso objetivo primário é que as pessoas entendam que a obesidade é uma doença crónica, complexa e multifatorial que está associada a múltiplas outras patologias”, como a diabetes, hipertensão ou cancro, que podem ser evitadas se as pessoas perderem peso.
As pessoas que têm diabetes, aumento do colesterol e do ácido úrico, problemas cardíacos, respiratórios, como a asma, apneia de sono, muitas vezes basta perderem peso para que todas estas doenças melhorem ou desapareçam.
“Nós olhamos um bocadinho para a obesidade como fator para o aumento do risco cardiovascular, como a hipertensão, a insuficiência cardíaca, doença coronária ou o aumento do risco tromboembólico, mas hoje também cada vez mais se sabe que a obesidade está associada a uma série de cancros na mulher, como o cancro da mama, dos ovários, do colo do útero, do endométrio, e nos homens, o cancro na próstata”, salientou.
Mas a obesidade também pode estar associada a outros cancros, como o colorretal, da vesícula biliar, do pâncreas ou do fígado, disse Paula Freitas, defendendo que “é importante travar a obesidade para que todas as complicações associadas não venham a surgir a longo prazo”.
A SPEO defende a necessidade de criar respostas mais eficientes e rápidas, quer seja através de um diagnóstico mais precoce, um melhor encaminhamento e gestão dos doentes nos cuidados primários, bem como possibilitar o tratamento necessário aos doentes.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, a incidência de cancros associada ao excesso de peso e obesidade aumentou 7% na última década.
In “Saúde Online”