Imagens de doenças quase desaparecidas em Portugal, como é o caso do sarampo, vão ser exibidas pelos meios de comunicação social para relembrar os portugueses como é ser vítima de maleitas prevenidas pela vacinação gratuita.
A campanha de sensibilização é promovida pela Direção Geral da Saúde "contra a complacência quanto à vacinação" que os peritos dizem estar a notar entre a população.
Com apresentação marcada para o final da tarde desta quinta-feira, a campanha informativa "faz um apelo às pessoas para que se vacinem e tenham a verdadeira perceção dos riscos", explica a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas. "Recuperamos imagens de doenças, não muito chocantes, para passar a mensagem de que não devem existir atrasos na vacinação, nem que seja um mês", explica a médica.
Graça Freitas sublinha que "em Portugal não temos o problema dos movimentos antivacinação", ainda assim é preciso agir porque "começa a existir uma atitude de complacência quanto à vacinação". A responsável salienta que "a mensagem é para não se facilitar, não ser complacente, porque as vacinas são para tomar no prazo e na idade prevista; o mundo hoje é globalizado e todos estamos expostos".
A ideia de avançar com uma campanha de sensibilização surge depois de uma estratégia de informação junto dos médicos ter obtido ganhos importantes. Aconteceu com o ajuste no Programa Nacional de Vacinação para começar a vacinar as grávidas contra a tosse convulsa para imunizar os recém-nascidos. "Sabemos que as grávidas tomam pouquíssimos medicamentos e mesmo assim os resultados foram muito bons. Tudo indica que a adesão foi muito expressiva [perto dos 75%] e que conseguimos reduzir o número de casos desde o início do ano", afirma Graça Freitas.
O resultado português tem ainda outro ganho, além fronteiras. "Toda a Europa está à procura da melhor estratégia contra a tosse convulsa, com os vários países a seguir diferentes opções, e o nosso resultado é um bom contributo", sublinha a diretora-geral da Saúde.
Vera Lúcia Arreigoso
In ”Expresso”