Sarampo

 

A população sazonal, as temperaturas e os comportamentos de risco são as três coisas mais importantes para a época estival, alerta Graça Freitas.

 

A movimentação de pessoas durante os meses de Verão torna "provável que Portugal importe sarampo" durante esse período, afirmou nesta terça-feira a directora-geral da Saúde, garantindo que essa é uma das preocupações da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

 

Numa sessão de apresentação do plano de contingência para o Verão, Graça Freitas afirmou a preocupação da DGS com a hipótese de haver "importação de sarampo". "Podemos voltar a ter sarampo pois muito mais gente se vai estar a mexer de um lado para o outro, é provável que importemos sarampo", afirmou a directora-geral.

 

De acordo com a responsável, para além da população sazonal, as temperaturas e os comportamentos de risco são as três coisas mais importantes para o Verão. Segundo Graça Freitas estes três factores são responsáveis por "doenças agudas, acidentes e doenças crónicas", que influenciam os cuidados de saúde.

 

O plano de contingência saúde sazonal, módulo Verão, entrou em vigor no dia 1 de Maio e terminará a 30 de Setembro, sendo possível a sua activação em outros períodos "em função das condições meteorológicas".

 

Maior cobertura vacinal de sempre em pessoas acima dos 65 anos

 

A vacinação no Serviço Nacional de Saúde (SNS) resultou na maior taxa de cobertura vacinal contra a gripe em pessoas com 65 ou mais anos, afirmou a directora-geral da Saúde. Graça Freitas fazia um balanço do módulo de Inverno do plano de contingência, durante a apresentação do módulo de Verão, indicando que foram administradas no SNS mais de 1,2 milhões de vacinas contra a gripe.

 

"Tivemos, de facto, o maior número de vacinas contra a gripe no SNS, mais de 1 milhão e 200 mil, mais 354 mil vacinas do que na época 2015/2016. Este número de vacinas resultou na maior cobertura vacinal de sempre contra a gripe em pessoas com 65 ou mais anos de idade", afirmou a responsável.

 

De acordo com Graça Freitas, o SNS "teve muitas vacinas" e a população aderiu à vacinação, explicando ainda que a actividade gripal foi "mais tardia do que na época anterior", mas com uma maior duração, o que se reflectiu nos números registados nas urgências. "Nunca se tinham feito em Portugal tantas urgências como nesta última época gripal, mais de três milhões de episódios de urgência hospitalar. O número [de doentes] que a partir da urgência foi internado não foi muito diferente. Tivemos mais pessoas a procurar a urgência, mas isso não se repercutiu em gravidade destes casos".

 

A responsável fez o lançamento do módulo de Verão, destacando a "estabilidade na mortalidade", durante o módulo de Inverno, com a época gripal a terminar "praticamente com o mesmo número de mortos" do que a anterior. "Fizemos o que podíamos, adaptámos os nossos cuidados e a nossa oferta à procura e monitorizámos muito bem, entre todos, a situação. Nunca tivemos tão boa informação como no ano passado e é assim que entramos no Verão. Estamos em módulo Verão, temos três grandes eixos, o primeiro volta a ser a informação, depois as medidas de prevenção e controlo e a comunicação", afirmou.

 

De acordo com Graça Freitas a aplicação dos planos de contingência é feita localmente, através do trabalho com vários parceiros, mantendo sempre o contacto com a população. "O plano de contingência não é uma coisa de nível nacional, a não ser nas grandes ideias e grandes estratégias, é gerido localmente nos centros de saúde, nos hospitais, nas misericórdias, na segurança social, nos bombeiros, na Autoridade Nacional de Protecção Civil", esclareceu.

 

In “Público”