Estima-se que entre 15 e 50 pessoas em cada 100 mil sofram de Lúpus, num total de 5 milhões de pessoas em todo o mundo. A propósito do Dia Mundial do Lúpus, que se assinala a 10 de maio, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia deixa alguns números e informações úteis sobre esta doença que afeta 10 vezes mais as mulheres.
Existem dois tipos de Lúpus: o Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) e o Lúpus Discóide. O LES é a forma mais grave desta doença e caracteriza-se pela produção de anticorpos contra o próprio organismo (é uma doença autoimune), causando lesões em diversos órgãos. Esta patologia afeta 0,7% da população portuguesa, em especial o sexo feminino e, apesar de poder aparecer em qualquer altura da vida, em 75% dos casos tem início entre os 16 e os 49 anos de idade.
O Lúpus Discóide representa uma forma menos grave desta doença, sendo que pode evoluir posteriormente para LES. As pessoas que sofrem desta patologia apenas apresentam as manifestações cutâneas.
A causa do Lúpus é ainda desconhecida, mas estima-se que fatores como a genética, fatores hormonais, imunológicos e também ambientais tenham influência no desenvolvimento desta doença e na agudização de sintomas.
Os principais sinais de alerta são as manifestações cutâneas e articulares (90%), nomeadamente o aparecimento de manchas na pele e dores nas articulações, sendo que algumas pessoas poderão apresentar doença renal (37%) e mesmo neuropsiquiátrica (18%). Também é comum o aparecimento de febre, fadiga, dores musculares, úlceras nasais e orais dolorosas, além de inúmeras comorbilidades associadas, nomeadamente do foro pulmonar/respiratório e cardiovascular.
O LES é uma doença crónica; não existe cura para o LES mas existe tratamento. É necessário que o diagnóstico seja feito o mais atempadamente possível para que se evitem situações mais graves associadas à doença. A sobrevida do doente está diretamente relacionada com o cuidado que se tem no tratamento adequado do LES, de modo a evitar outras doenças que podem ser fatais.
Ao contrário de outras doenças reumáticas, como a Osteoporose, os doentes com LES devem evitar a exposição solar e utilizar protetor solar no dia-a-dia. A exposição solar pode agravar as lesões cutâneas típicas desta doença e provocar uma agudização da doença.
O LES não é contagioso, pelo que não deve existir nenhum tipo de receio no contacto com outras pessoas, mesmo quando em fase de agudização. Apesar de os fatores genéticos terem influência no aparecimento da doença, a maioria dos filhos de doentes com LES não apresenta a doença.
In “Saúde Online”