Em Portugal foi feito o primeiro diagnóstico através desta tecnologia, em Londres foi realizada a primeira operação por eletrofrequência sem ser necessário provocar dor e marcas no ser humano

 

Um novo equipamento chegou ao departamento de pneumologia do Instituto Português de Oncologia (IPO). "Navegação Eletromagnética Broncoscópica" é o projeto pioneiro que permite detetar pequenos tumores no pulmão.

 

O diagnóstico é feito através de um broncoscópio habitual, que é flexível e terapêutico, com uma sonda que é guiada pelo especialista. Para que o resultado seja total e eficaz é feita uma TAC pulmonar anteriormente. Deste modo, o médico consegue encontrar mais facilmente as pequenas lesões. A Navegação funciona como GPS, uma vez que permite percorrer o pulmão e encontrar lesões na periferia do órgão, na traqueia e nos brônquios, locais onde não se conseguia chegar anteriormente. Esta técnica também consegue detetar lesões mais pequenas, dando assim a possibilidade de atuar antes que o temor se propague.

 

José Duro da Costa, médico no IPO, explica ao Expresso que este procedimento consegue incidir em tumores primitivos do pulmão mas também em tumores que se difundam até ao pulmão. A Navegação Eletromagnética Broncoscópica permite ao paciente saber no momento se existem lesões, sendo que é possível fazer uma análise imediata.

 

O diagnóstico foi estreado em Portugal na passada sexta-feira e o equipamento tem um custo estimado entre os 150 mil euros e os 200 mil euros, diz José Duro da Costa. Ainda não existe um preço estipulado para os utentes, uma vez que o modelo ainda está a ser implementado no sistema.

 

UM NOVO AVANÇO

 

O jornal "Público" noticiou esta segunda-feira um novo avanço na cirurgia pulmonar. Em fevereiro procedeu-se à primeira operação pulmonar através de uma cirurgia não invasiva. A intervenção cirúrgica aconteceu em Londres, no St. Bartholomew's Hospital, e não foi preciso recorrer a bisturi ou ferramentas de corte. O cirurgião Kelvin Lau, citado pelo jornal "The Times", considera esta cirurgia inovadora. "Um em cada cinco pacientes com cancros potencialmente tratáveis não estão em condições de se submeterem à cirurgia convencional de extração do tumor ou à radioterapia, mas agora podemos tratá-los com recurso à broncoscopia por navegação", explicou o especialista em cirurgia cardiotoráxica.

 

Este tipo de operação é feita por eletrofrequência e é a solução recomendada para pessoas que não possam ser submetidas a uma cirurgia com anestesia geral, explica José Duro da Costa.

 

COMBATE AO CANCRO DO PULMÃO

 

O último estudo divulgado pela Eurostat sobre as mortes devido a cancro do pulmão, em 2014, apontava para Portugal como o país com o menor número de mortes com essa causa. A Direção-Geral da Saúde aponta para 4015 mortes devido a tumores malignos da traqueia, brônquios e pulmão, em 2015. Havendo um aumento de 15% nos casos femininos.

 

Este modelo de diagnóstico e de cirurgia possibilita uma redução das mortes por cancro do pulmão, uma vez que não coloca tantas restrições aos pacientes e permite descobrir as lesões com antecedência suficiente.

 

Uma médica norte-americana gravou uma experiência entre dois pulmões distintos: um pulmão saudável e um pulmão que partilhou 20 anos com cigarros. O primeiro pulmão mostra elasticidade, um movimento fluído quando recebe oxigénio e uma cor vermelha, enquanto o pulmão do fumador é preto e não aguenta o ar que entra, mostra menos elasticidade.

 

O vídeo tornou-se viral e já tem mais de 14 milhões de visualizações e 600 mil partilhas. A médica acaba com uma pergunta: "Ainda quer fumar?".

 

In “Expresso”