Em maio de 2001, foi aprovada a lei que permitiu a distribuição da pílula do dia seguinte. Passados 17 anos, ainda existem muitas questões à volta da utilização deste fármaco.
Os dados do último inquérito realizado pela empresa Harris Interactive para a HRA Pharma1, que inquiriu mais de 5 mil mulheres no Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Espanha que tiveram relações sexuais desprotegidas, demonstram que apenas 39% das inquiridas admitiram já ter utilizado a pílula do dia seguinte, 49% reconhece não ser utilizadora, ainda que afirme conhecer este método e as restantes 12% não são utilizadoras nem tem conhecimento sobre este tema.
Em Portugal, os estudos demonstram que os resultados não diferem muito. De acordo com o inquérito “Prioridades antes de ser mãe”, 40% das portuguesas não consideravam recorrer à pílula do dia seguinte em caso de terem relações sexuais de risco 2 para evitar uma gravidez não planeada.
Mas porque continuam tantos casais a manter relações sexuais desprotegidas com risco de gravidez não desejada e nada fazem? De facto, o mesmo inquérito refere que das 40% das mulheres que não consideravam recorrer à pílula do dia seguinte em situação de risco de gravidez não planeada, mais de um terço (36%) não recorreriam à pílula do dia seguinte porque acreditam que é abortiva, que tem numerosos efeitos secundários (30%), consideram este método uma bomba hormonal (24%) ou que provoca infertilidade (7%).
Factos sobre a pílula do dia seguinte:
A pílula do dia seguinte não provoca aborto, ou seja, não interrompe uma gravidez já existente. Atua sim, através da inibição ou adiamento da ovulação caso esta ainda não tenha ocorrido, impedindo assim a libertação do óvulo e, deste modo, a sua fecundação em caso de relações sexuais desprotegidas.3
Não provoca infertilidade. O retorno à fertilidade pode ser imediato, pelo que após a toma da pílula do dia seguinte a mulher deve utilizar um método contracetivo de barreira fiável (exemplo, o preservativo) em todas as relações sexuais até ao próximo período menstrual.
De facto, para Teresa Bombas, médica especialista em ginecologia e obstetrícia e presidente da Sociedade Portuguesa de Contraceção (SPDC), “a classe médica tem vindo a trabalhar para desconstruir os mitos associados à contraceção de emergência, mas, de algum modo, as ideias erradas de que a pílula do dia seguinte possa ser abortiva ou, uma bomba hormonal prejudicial à saúde da mulher, ainda persistem. É algo que devemos combater, pois a contraceção de emergência é segura e a sua utilização para evitar uma gravidez não planeada não é um risco, mas sim um verdadeiro ato de responsabilidade do casal”.
Atualmente existem no mercado português dois tipos de pílula do dia seguinte: a pílula de levonorgestrel, no mercado desde 1999, e a pílula de acetato de ulipristal (ellaOne®) da HRA Pharma, lançada em 2009 na Europa e disponível sem necessidade de receita médica e de dispensa exclusiva em farmácia.
ellaOne® (acetato de ulipristal) atua no bloqueio temporário da ovulação, inclusivamente no momento de maior risco de gravidez5.
Para saber mais sobre ellaOne®, a mais recente novidade na pílula do dia seguinte, a HRA Pharma coloca à disposição várias ferramentas de informação sobre o tema no website www.ellaone.pt . A utilizadora deve ler cuidadosamente a rotulagem e o folheto informativo e, em caso de dúvida, consultar o seu médico ou o farmacêutico.
In “Saúde Online”