Partículas inaláveis têm origem nas emissões de tráfego

Das redes de qualidade do ar nacionais, a Madeira foi a zona do país onde se verificou o menor número de violações de PM10 (partículas com diâmetro inferior a 10 μm) devido a episódios naturais, confirmando, desta forma, a excelência da Qualidade do Ar da Região.

 

Dados referentes a 2016 e tratados pela Direcção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente, revelam que a Madeira ficou à frente das regiões existentes no continente e dos Açores.

 

As partículas inaláveis são substâncias potencialmente perigosas quando se depositam em qualquer região do tracto respiratório, sendo um dos poluentes atmosféricos mais graves em termos de saúde pública, que resultam de factores não imputáveis à actividade humana, fomentados, designadamente, por fenómenos climáticos.

 

A Directiva Qualidade do Ar estabelece para PM10 (PM10 – partículas com diâmetro inferior a 10 μm) o valor limite diário de 50 ug/m3 e valor da média anual de 40 ug/m3.

 

Nas cidades, as partículas inaláveis têm origem predominante nas emissões de tráfego, em particular dos veículos a gasóleo, mas também de algumas indústrias da construção civil ou do aquecimento doméstico. Ocasionalmente poderão existir níveis elevados resultantes de eventos naturais como o transporte de partículas a longa distância de regiões áridas de África, vulgarmente conhecidos por ‘leste’, ou associados aos fogos florestais.

 

Portugal calcula, anualmente, a influência do “leste” nas concentrações de PM10, por forma a justificar perante a Comissão Europeia, eventuais excedências. No passado mês de Março, a Agência Portuguesa do Ambiente publicou o Relatório relativo a Eventos Naturais – ano 2016, tendo-se verificado na Região a ocorrência de 28 dias de leste. Destes, aferiu-se a violação em cinco dias de PM10 na Estação de São João, sendo que quatro foram devidos ao Leste.

 

Poluentes

 

O índice de qualidade do ar de uma determinada área resulta da média aritmética calculada para cada um dos poluentes medidos em todas as estações da rede dessa área, de acordo com a Base de Dados Online sobre a Qualidade do Ar (QualAr).

 

 

 

São cinco os poluentes englobados no índice de qualidade do ar apresentado: o dióxido de azoto (NO2), o dióxido de enxofre (SO2), o monóxido de carbono, medido segundo a média registada durante 8h consecutivas (CO 8h), o ozono (O3) e as partículas inaláveis ou finas, cujo diâmetro médio é inferior a 10 microns(PM10).

 

A rede de monotorização da qualidade do ar na Região é compreendida por três estações: São João, São Gonçalo e Santana, que estão equipadas com analisadores automáticos que permitem a monitorização em contínuo de vários poluentes. Estes equipamentos têm ainda a capacidade de calcular e armazenar as concentrações, em médias de 15 minutos, sendo estes dados posteriormente recolhidos por um software específico, Atmis (Atmospheric and Meteorological Instrumentation System), utilizado a nível nacional pelas entidades gestoras da qualidade do ar ambiente.

 

In “Diário de Notícias”