Os recém-nascidos já podem ser submetidos ao teste para se saber se ouvem bem.

Desde o início de Abril, o SESARAM dispõe do aparelho para rastreio de otoemissões acústicas neonatal. Uma designação complicada para algo simples, mas muito importante. O aparelho permite perceber se existe ou não problemas de audição nos recém-nascidos.

 

Apesar de ser um dispositivo importante, o Hospital Dr. Nélio Mendonça esteve vários meses sem um, o que se deveu a uma avaria irreparável do equipamento que tinha disponível.

 

Em Fevereiro, depois de vários pais terem alertado o DIÁRIO para a situação, pedimos explicações ao secretário da Saúde. Na altura, Pedro Ramos garantiu que o aparelho já havia sido encomendado e que, logo que chegasse à Região, entraria em funcionamento. O Governante, que reconheceu a deterioração do anterior equipamento, não se quis comprometer com datas.

 

Muito recentemente, alguns pais voltaram a contactar-nos para lembrar que os seus filhos ainda não haviam feito o rastreio. Afirmaram-nos que, tendo perguntado ao hospital, lhes foi afirmado que o aparelho ainda não estava disponível.

 

Mas, ao DIÁRIO, o SESARAM garante que o equipamento está disponível desde o início de Abril e que, de então para cá, os recém-nascidos são logo submetidos ao rastreio. Em simultâneo, os bebés nascidos anteriormente, que ainda não foram ‘testados’, estão ser chamados pelo serviço para realizarem o rastreio.

 

É possível que os pais, que voltaram a denunciar a falta ao DIÁRIO, tenham filhos que ainda não foram chamados para a realização do rastreio.

 

O aparelho custa perto de dez mil euros, mas é único na Região, o que dificultou a vida a quem tem filhos bebés, por não terem alternativa ao SESARAM, para a realização do teste. “No caso desse aparelho, é um aparelho que dá apoio a algumas especialidades. Neste momento está a nota de encomenda já realizada para rapidamente nós começarmos novamente a fazer os exames. Não existe em mais nenhum local aqui na Região Autónoma da Madeira, nem no privado”, explicou, em Fevereiro, Pedro Ramos.

 

As recomendações são para que o exame seja feito no primeiro mês de vida, mas há várias maternidades em que o rastreio acontece nas primeiras 24 horas. Mas o DIÁRIO conhece casos de bebés nascidos no final do ano passado, que ainda não o fizeram.

 

Quando falou ao DIÁRIO sobre o assunto, o secretário da Saúde deixou uma possível explicação para a demora na substituição de um equipamento tão importante. “Nós nunca estamos a prever se o aparelho vai avariar ou não vai avariar. Quando há problemas com os aparelhos, não sabemos se são problemas temporários, se são problemas definitivos. No caso desta situação, de facto é uma necessidade.”

 

Na mesma ocasião, Pedro Ramos disse que o Orçamento do SESARAM, de 2018, facilitava a resolução deste tipo de problemas. “Está completamente diferente e naturalmente, à medida que algum dos equipamentos se possa deteriorar, o SESARAM rapidamente põe-se em marcha no sentido de evitar que esta situação se repita”, garantiu. “Problemas nas instituições de saúde existem, vão existir sempre. Os responsáveis por essas instituições de saúde têm o compromisso, a obrigação, de rapidamente solucionar o problema à medida que eles vão aparecendo”.

 

Os responsáveis por essas instituições de saúde têm o compromisso, a obrigação, de rapidamente solucionar o problema à medida que eles vão aparecendo”

 

In “Diário de Notícias”