Através de um questionário porta a porta na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos
191 IDOSOS ESTÃO A SER CONTACTADOS PORTA A PORTA
42 ALUNOS DE ENFERMAGEM PARTICIPAM NO TRABALHO
DE CAMPO Saber em que condições vivem os idosos do Estreito, para melhor decidir, é o objetivo de uma investigação patrocinada pela autarquia câmara-lobense. A docente Luísa Santos coordena a investigação dos alunos da Escola de Enfermagem.
Quatro dezenas de investigadores e alunos da Escola Superior de Enfermagem S. José de Cluny (ESESJC) deram ontem início a um trabalho de campo, junto da população idosa da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, com o objetivo de fazerem um levantamento das condições de vida desta franja da população.
O contacto é feito porta a porta. Começou ontem e termina hoje, depois de auscultados os 191 idosos identificados como residentes na freguesia, número obtido na sequência de um cruzamento de dados de algumas entidades.
Este trabalho decorre no âmbito de um protocolo de colaboração celebrado mo passado mês de fevereiro Q entre a Escola de Enfermagem e a Câmara Municipal de Câmara de Lobos. Da parte da escola, esta é mais uma oportunidade de colaboração com a comunidade, a que se propõe, neste caso, com uma autarquia.
A coordenação da investigação está a cargo da professora Luísa Santos, que destaca o interesse do estabelecimento de ensino no sentido de apurar aspetos relacionados com a saúde dos idosos da freguesia.
“Caraterização do Nível de Dependência e Qualidade de Vida dos Idosos das Zonas de Maior Vulnerabilidade Social de Câmara de Lobos”, assim se intitula o estudo que envolve 42 futuros profissionais de enfermagem, no terceiro ano do respetivo curso.
Segundo a vereadora da intervenção social, Vanessa Azevedo, “o principal objetivo do presente estudo consiste em conhecer o nível de dependência e a qualidade de vida relacionada com a saúde da população-alvo”.
Neste contexto, o questionário tem em atenção “aspetos como o estado cognitivo, a adesão ao tratamento e o risco de quedas, de modo a disponibilizar indicadores que permitam implementar medidas de intervenção social que promovam a qualidade de vida e o envelhecimento ativo, junto dos seniores do concelho”, acrescenta a autarca.
À recolha dos dados seguir-se-á o estudo exaustivo da situação atual dos idosos do concelho, cujas conclusões deverão “disponibilizar aos decisores municipais e às organizações com intervenção social no concelho indicadores pertinentes sobre o nível de dependência e necessidades de saúde da população-alvo”. Atendendo aos recursos humanos disponíveis e à complexidade do estudo, adianta a vereadora, o Estreito de Câmara de Lobos servirá como freguesia piloto para a implementação de um projeto mais amplo, que poderá abarcar todo o concelho.
“Em função dos resultados alcançados nesta primeira fase, a autarquia irá avaliar a extensão do projeto às restantes freguesias do concelho, no decurso do próximo ano”, avança.
O estudo incide sobre a população com 65 ou mais anos, residente nos sítios dos Barreiros, Cabo Podão, Casa Caída, Castelejo, Covão, Panasqueira, Fajã das Galinhas, Fontes, Foro, Furneira, Garachico, Pomar do Meio, Quinta de Santo António e Vargem.
A recolha de dados será realizada através de formulários aplicados pelos estudantes do curso de enfermagem, que se apresentarão devidamente identificados com colete ou bata e cartão de identificação da ESESJC, diretamente ao adulto-idoso. A participação dos idosos é facultativa, estando garantido o anonimato e a confidencialidade dos dados recolhidos. JM
Centro de Dia em perspetiva
Os resultados do estudo servirão, nomeadamente, para sustentar a futura criação de um Centro de Dia, há muito reivindicado pela população local.
A intenção de corresponder a esta reivindicação foi avançada pelo presidente da autarquia de Câmara de Lobos, para ser concretizada no presente mandato. A obra prevista traduzir-se-á na adaptação do atual Centro Comunitário à futura utilização como Centro de Dia, não havendo para já mais dados sobre este assunto.
Iolanda Chaves
In “JM-Madeira”