A sete de abril comemora-se o dia mundial da saúde e desde o início da década de cinquenta, após a fundação da Organização Mundial de Saúde, é colocada todos os anos uma temática na agenda mundial com o objetivo de chamar a atenção e sensibilizar os governos para a necessidade de promover iniciativas que aperfeiçoem o acesso universal dos cidadãos aos serviços de saúde, e garantam condições para a melhoria da qualidade de vida das populações.
Ao longo das últimas décadas, só para destacar resumidamente algumas das temáticas, foram propostos tópicos como a saúde e as mudanças climáticas, num contexto em que ocorrem fenómenos dramáticos em diversos locais do globo, que interferem com os estilos de vida e as condições sanitárias das populações, em 2009 os hospitais seguros em situações de emergência foi a temática escolhida, em 2011 a resistência aos antimicrobianos, e em 2014 as doenças causadas por vetores como a malária e o dengue, doenças que exigem permanentes medidas preventivas para o seu controlo e combate.
Em 2015, a temática foi do campo à mesa, obtendo alimentos seguros, onde se salientou os cuidados a ter para uma alimentação segura num contexto mundial onde os processos de fabrico e produção nem sempre respeitam os requisitos para uma alimentação saudável. Os números da hipertensão e as suas sequelas para o indivíduo e família, a necessidade de prevenir a diabetes, o colesterol elevado onde o sal e o açúcar em excesso ocupam lugar de relevo, a atividade física regular e adequada a cada pessoa e a cada idade, foram outros assuntos onde se demonstrou que com gestos simples, mas cruciais, pode-se nas sociedades modernas combater muitos dos efeitos nefastos para a saúde.
Para 2018, no âmbito das comemorações dos setenta anos da OMS, a temática proposta é a “saúde para todos” reativando o princípio global de que as populações devem ter acesso a cuidados de saúde, este desígnio tem por objetivo promover na sociedade civil uma reflexão alargada e profunda em torno de um conceito definido há muitos anos de que a saúde individual “é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença” pelo que todos somos convocados a desenvolver atividades direcionadas para atingir esse desiderato.
Todos os países que compõem a (OMS) consideram que a saúde é um dos direitos fundamentais de qualquer ser humano, e estão dispostos a refletir e agir conjuntamente sobre os fatores que influenciam e determinam o estado de saúde das populações. Tendo em consideração as inúmeras iniciativas que têm sido realizadas em torno do assunto, o que a experiência nos demonstra é que sem uma forte convicção política e mobilização social, dificilmente se alcançará os ditames contidos nos diferentes documentos produzidos até hoje.
Desde a declaração de alma ata em 1976 que se afirma e reconhece que a saúde é um objetivo social de primeira importância, atestada como um bem precioso que é preciso aprender a gerir e em que é necessário investir porque dela depende o desenvolvimento dos povos. Ainda temos um longo caminho a percorrer, os problemas económicos das últimas décadas no país e na região diminuíram o investimento nos fatores de prevenção da saúde para acentuar o investimento no tratamento da doença, com diversos constrangimentos que não ajudaram a melhorar o sistema, é urgente mudar de paradigma para termos uma população mais motivada e saudável.
In “Diário de Notícias”