Conseguir que os dadores pontuais de sangue se tornem dadores regulares e aumentar a margem de reservas do Serviço de Saúde da Madeira (SESARAM). Eis os dois desafios que emergem da recente crise de escassez de sangue ocorrida há cerca de duas semanas e que foram assumidas pelos responsáveis político e clínico desta área, esta manhã, na sessão comemorativa do Dia Nacional do Dador de Sangue.
O director do Serviço de Sangue e Medicina Transfusional do Hospital Dr. Nélio Mendonça, Bruno Freitas, referiu que a falta de sangue do tipo 0RH- foi ultrapassada graças à “excelente resposta” que a população deu ao apelo organizado pelo SESARAM no sentido do aumento das doações de sangue. “Conseguimos ter uma reposição dos stocks mínimos. Esta é a primeira fase de qualquer campanha, que é a captação de dadores. Agora vem outra etapa, que é a retenção/fidelização desses dadores. Não interessa só fazer as campanhas numa fase de dificuldades ou de ruptura pontual. O que interessa é depois manter a chama viva para o futuro, porque senão daqui a três/quatro meses tínhamos o mesmo problema”, descreveu o responsável médico, que defende uma aposta na educação e informação para que os dadores pontuais se tornem dadores regulares.
Também o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, destacou a “resposta muito boa” que os serviços de saúde e a população deram no “momento que era perturbador”, traduzida em 386 novas dádivas de sangue. No entanto, este episódio veio mostrar que a Madeira tem de aumentar o seu stock de reservas de sangue: “Estávamos numa situação de autossuficiência e dizíamo-lo com muito orgulho. Mas, de repente, essa autossuficiência alterou-se (...).
Os 3.000 dadores [de sangue por ano] que, em princípio, seriam um número que nos deixava confortável, deixou de o ser. Reconhecemos isso”.
In “Diário de Notícias”