Apenas 20% dos que têm incontinência urinária procura ajuda de um urologista

 

Realizou-se, ontem, no Hospital Dr. Nélio Mendonça, uma iniciativa do Serviço de Urologia que visou abordar os avanços técnicos da “Urodinâmica da Incontinência urinária da Mulher e do Homem”.

Segundo o director daquela especialidade no SESARAM, Ferdinando Pereira, há ainda algum tabu das pessoas, sendo a “incontinência urinária uma situação muito prevalente quer na mulher, quer no homem” e com o envelhecimento da população cada vez há mais casos. A partir dos 40 anos, tem uma incidência de 20% na população, já no caso da mulher a partir dos 50 anos já sobe para 30% ou mais.

 

O problema é que, sendo encarado como uma situação de alguma vergonha consultar o médico, implica que “só cerca de 20% dos doentes com incontinência urinária procuram ajuda”, lamenta. Ferdinando Pereira salientou que este é um problema que ocorre por vários motivos, não só pelo processo anormal do envelhecimento, mas derivado de outras doenças, e que são, hoje em dia, facilmente tratáveis ou, no mínimo, melhorando a qualidade de vida das pessoas que sofrem com essa situação.

 

Já o convidado da conferência, Luís Abranches Monteiro, membro da International Continence Society (ISC) Urodynamics Committee, presidente da Associação Portuguesa de Urologia, ex-presidente da APNUG (Associação Portuguesa de Neurourologia e Uroginecologia), actualmente ao serviço do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, veio mostrar os avanços técnicos em práticas com dezenas de anos e o caminho para o futuro.

 

“Este é um exame complementar que já usamos há muitos anos e que serve para avaliar algumas alterações do aparelho urinário, com várias causas associadas”, reforçando que o aparelho existe nos serviços do SESARAM, pelo que a maioria da assistência eram os profissionais que trabalham com os pacientes. Esta que foi quase uma formação sobre o trabalho de normalização e estandardização dos exames, o especialista mostrou “como vai ser o futuro, como devem ser feitos os exames e assim serem passíveis de comparação com qualquer outra situação a nível mundial”, explicou.

 

In “Diário de Notícias”