Segundo dados do I Estudo de Hábitos de Tratamento Auditivo 2017, realizado pela GAES – Centros Auditivos, 46% dos portugueses usam cotonetes para limpar os ouvidos. Esta prática pode danificar os ouvidos e até, nos casos mais extremos, afetar a capacidade auditiva.
“Não é conveniente introduzir nenhum instrumento no canal auditivo, nem em crianças, nem em adultos. Para manter a higiene dos ouvidos é suficiente limpar a entrada do canal que liga ao pavilhão auricular com o dedo, isto na altura do banho ou quando se lava o rosto. O ouvido tem um sistema de autolimpeza que expulsa a cera para o exterior”, recomenda Alexandra Martinho, audiologista e Responsável de Audiologia da GAES – Centros Auditivos, citada em comunicado.
Os danos causados pela introdução de cotonetes no pavilhão auditivo podem ir desde feridas na pele do canal, até à perfuração do tímpano, originando sintomas como hemorragias, dor, tinnitus (zumbidos), vertigens e perda auditiva. Para além disto, se houver um excesso de cerume, os cotonetes podem empurrá-lo para o tímpano e causar a formação de um tampão.
Neste sentido, a GAES recomenda uma avaliação periódica, ainda que tal prática não seja um hábito muito comum para os portugueses. De acordo com o I Estudo de Hábitos de Tratamento Auditivo 2017, mais de sete em cada dez portugueses (75%) apenas consultam um especialista quando existe um problema e quase cinco em cada dez nunca fizeram uma avaliação dos seus ouvidos. Desconforto, dor de ouvidos, infeção e otite são dos principais motivos que levam os inquiridos ao médico (41%), seguindo-se a sensação de ouvidos tapados (33%), os problemas de audição (26%) ou as vertigens (18%).
In “Saúde Online”