A directora nacional de Saúde de Cabo Verde já está na Madeira para “reforçar a relação” entre os dois arquipélagos já que ambos “têm especificidades típicas”.
“Há algumas vulnerabilidades características das ilhas”, começa por dizer Maria da Luz Mendonça, que aterrou esta manhã na Região, acompanhada por Renaldo Rodrigues, presidente do Serviço Nacional de Protecção Civil da país africano.
A representação cabo-verdiana seguiu para as instalações do IASAÚDE onde reuniu com Herberto Jesus, director daquele instituto, e com Bruno Pereira, Director Regional dos Assuntos Europeus e da Cooperação Externa.
À comunicação social, Maria da Luz Mendonça explicou que a visita está focada em duas áreas específicas: emergência pré-hospitalar e prevenção entomológica (insectos): “Cabo Verde quer instalar um serviço pré-hospitalar, neste momento ainda não temos nada. A Madeira é uma referência para nós nesse serviço. Tem aqui um centro de simulações reconhecido mundialmente”. Por isso, depois de em Novembro o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, e Herberto Jesus, se terem encontrado com os responsáveis pela Saúde em Cabo-Verde, agora foi a vez dos responsáveis cabo-verdianos espreitarem como funciona o sistema de Saúde regional: “Quisemos ver como é a realidade madeirense e como Cabo Verde pode aproveitar”: A ideia, explica, é fazer um desenho de um serviço de emergência pré-hospitalar que seja eficaz e eficiente e dê resposta às necessidades das demandas da população nessa área”.
Para tal, “este primeiro encontro que tivemos agora foi muito importante, deu a conhecer de uma maneira geral a realidade da Saúde na Madeira. Alguns números são parecidos com Cabo Verde”.
Já sobre o trabalho na vigilância entomológica, Maria da Luz Mendonça sublinha que em Cabo Verde o clima também é quente e húmido, apelativo “para os mosquitos vectores de doenças. Temos o que transmite Dengue e Zika”, além de outros. Em 2009, recorda, Cabo Verde sofreu com uma epidemia de Dengue e o mosquito “continua lá”. Acrescenta: Queremos ver esta área com a Madeira para ver o que aplicamos lá. Já falamos no encontro desta manhã que a vigilância tem que ser permanente, as acções têm que ser permanentes. Ninguém quer ser picado por um mosquito e apanhar uma doença, para nós é muito importante”.
Por causa disso, a comitiva cabo-verdiana quer aprender o modelo madeirense porque, diz, “será uma mais valia em Cabo Verde”.
In “Diário de Notícias”