Estudo coordenado pelo cardiologista Hélder Pereira, indica que a maioria dos portugueses está familiarizada com os fatores de risco, sintomas e tratamento de Enfarte Agudo do Miocárdio. Esta quarta-feira assinala-se o Dia Nacional do Doente Coronário.
O conhecimento dos portugueses sobre o Enfarto Agudo do Miocárdio (EAM) aumentou. É o que revela um estudo, realizado pela Pitagórica – em parceria com a iniciativa global Stent Save a Life -, em que foram inquiridas 1044 pessoas. 95% associaram a “dor no peito” a esta doença, quando o valor não ultrapassava os 85% há seis anos, no último estudo comparável.
Para assinalar o Dia Nacional do Doente Coronário, que se comemora esta quarta-feira, dia 14 de fevereiro, a iniciativa Stent Save a Life acaba de divulgar as principais conclusões do maior estudo elaborado em Portugal sobre o Enfarte Agudo do Miocárdio.
Verificou-se que cerca de 2 em cada 3 inquiridos, face aos sintomas típicos de EAM, os identificava com esta patologia. E que a grande maioria – 96% – tem consciência de que esta é uma doença extremamente grave, que necessita de tratamento imediato.
Quando questionados sobre o que fariam na presença de um sinal ou sintoma de Enfarte Agudo do Miocárdio, mais de metade dos inquiridos (57%) afirmou que ligar para o 112 seria a primeira opção. Contudo, quando questionados sobre o que fariam perante os sintomas de dor no peito, com suores, náuseas e vómitos, apenas 38% referiu que ligava para o 112. E apenas 27%, perante estes mesmos sintomas, iria a uma urgência hospitalar.
De acordo com os últimos dados, recolhidos em 2012, mais de dois terços da população não conhecia os sintomas de EAM e apenas um terço dos doentes utilizava o 112 para ser encaminhado para um hospital e receber a assistência médica mais adequada.
Segundo estudo agora divulgado, a esmagadora maioria dos inquiridos (92%) considera que os fatores de risco associados a esta doença podem ser evitáveis, dando primazia ao excesso de peso como fator de risco principal. A propósito, importa sublinhar uma conclusão relevante deste estudo, que é a desvalorização da Diabetes Mellitus como fator de risco para a doença coronária.
O grau de familiaridade com a doença pode medir-se, por exemplo, através da perceção que o inquirido sobre a forma como o EAM é detetado. 68% das pessoas afirmou que a doença é diagnosticada através de uma eletrocardiograma, o que corresponde à realidade.
Problemas no coração, veias bloqueadas e artérias obstruídas, são as definições mais utilizadas para definir enfarte do miocárdio, com 20%, 18% e 13% de respostas, respetivamente. Os sintomas mais referidos como indicadores de um enfarte do miocárdio são Dor no peito (95%), Arritmias/ palpitações (89%) e Paralisia/ Dormência no braço (86%). 3 em cada 4 consideram que os sintomas do enfarte do miocárdio são iguais entre homens e mulheres.
“O conceito de Enfarte do Miocárdio já é do conhecimento generalizado dos portugueses, que relacionam a doença a problemas das artérias do coração”, afirmou Hélder Pereira, médico coordenador do estudo, salientando depois o facto de que apesar dos bons resultados, ainda haver coisas a melhorar. Segundo o médico, a valorização da Diabetes como um dos fatores de risco é uma delas.
A sensibilização da população para a necessidade de se ligar para o 112 na presença de sintomas de EAM, em vez de recorrer a uma unidade hospitalar pelos próprios meios, ou em vez de esperar que a dor alivie, é outra.
O Enfarte Agudo do Miocárdio continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal e na Europa. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2015 morreram no nosso país cerca de 4342 pessoas por EAM, o que representa uma ligeira diminuição face a anos anteriores.
In “Saúde Online”