Programa Especial de Acesso a Cuidados de Saúde permitiu 549 colonoscopias em 2017 fora do SESARAM
Há um programa especial que visa acelerar alguns exames médicos que o SESARAM não consegue dar resposta. No privado, há poucos interessados em colaborar.
São ainda poucos, os prestadores com quem o IASAÚDE mantém acordos de cooperação ao nível dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica. A ideia era conseguir mais candidatos por forma a minimizar as listas de espera. Ainda assim, há uma evolução positiva na concretização de exames em determinadas áreas.
Em 2017, no âmbito da convenção Programa Especial de Acesso a Cuidados de Saúde, foram realizadas, no privado, 549 colonoscopias e 159 eco-mamárias e mamografias. Números importantes tendo em conta que o Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) não consegue responder, ao nível de exames desta natureza, a todas as solicitações dos utentes. A dimensão e complexidade da problemática das listas de espera para intervenção cirúrgica e para a realização de meios complementares e diagnóstico e terapêutica levou o Governo Regional a criar o Programa Especial de Acesso a Cuidados de Saúde (PEACS), em 2015. Este programa visa corrigir os tempos de espera para a marcação, realização e obtenção de resultados, de meios complementares de diagnóstico que não respeitam o tempo útil e clinicamente aceitável, com prejuízo para o estado de saúde dos utentes.
Assim, o Executivo Regional tem trabalhado no sentido de ter, cada vez mais, prestadores no privado que estejam disponíveis e interessados em colaborar com o SESARAM na resolução de alguns exames e terapêuticas.
Segundo números a que o JM teve acesso, por exemplo, em colonoscopias realizadas no privado, através de prescrição provinda do serviço público, o IASAÚDE (Instituto de Administração da Saúde) pagou perto de 45 mil euros. Em mamografias, a verba não chegou aos 9 mil euros.
Para este ano, o IASAÚDE tem disponíveis para este Programa Especial de Acesso a Cuidados de Saúde, cerca de 150 mil euros. O valor parece pouco expressivo mas, no ano passado, a verba disponível não foi toda utilizada.
Refira-se que o IASAÚDE mantém, há longos anos, acordos de faturação com prestadores privados de saúde, para a realização de meios complementares de diagnóstico e terapêutica e prestação de outros cuidados de saúde, nas seguintes áreas: análises clínicas (4), anatomia patológica (3), cardiologia (9), medicina física e reabilitação (3), radiologia (14), ressonância magnética (2) e cuidados respiratórios domiciliários (2). Há ainda acordos ao nível das cirurgias (4 entidades), próteses dentárias (2) e diária de psiquiatria (4). Mais recente e no âmbito do Programa de Intervenção Precoce no Cancro Oral (PIPCO-RAM), aderiram 6 médicos dentistas e 1 prestador para a realização dos estudos anátomo-patológicos. Em suma, são 54, os prestadores aderentes no privado.
Dentro do SESARAM e ainda integrado no PEACS, funciona um protocolo de produção adicional. Ou seja, além das horas de trabalho estipuladas, há especialistas que realizam horas extras para conseguirem responder às necessidades ou, pelo menos, atenuar a problemática das listas de espera. Neste âmbito, foram realizadas, em 2017, 186 ecocardiogramas ao abrigo do referido protocolo.
Quanto às produções cirúrgicas, de sublinhar que o Programa de Recuperação para a área permitiu, como já foi noticiado, 50 ao nível da ortopedia, 110 na cirurgia geral, 30 na cirurgia vascular, 24 na neurologia e 188 na oftalmologia. Houve ainda 49 na urologia, 41 na cirurgia pediátrica, 58 na otorrinolaringologia, 83 na patologia mamária e 17 ao nível da ginecologia. Assim, realizaram-se 883 cirurgias, com maior incidência na oftalmologia.
- 549 Colonoscopias feitas o ano passado. O número mais expressivo dos exames no privado.
- 54 O total de prestadores no privado, com quem o SESARAM tem acordos, pagos pelo IASAÚDE.
- 150 mil euros, o valor disponível para o PEACSEM 2018
Carla Ribeiro
In “JM-Madeira”