A julgar pelo aumento do número de novos casos de doenças crónicas e degenerativas (Obesidade, Diabetes, Hipertensão, Cancro, etc.) que surgem mais cedo com o avançar da idade seria de concluir que os madeirenses comem com menos qualidade e em demasiada quantidade.

A QUAIS OS 5 MAUS HÁBITOS ALIMENTARES?

 

1. O excesso de gordura processada, especialmente em bolachas, cereais adocicados, pastelaria e outros produtos pré-confeccionados;

 

 2. O excesso de açúcar resultantes de sumos “refrigerantes” e doçaria em geral;

 

3. O excesso de sal para temperar e confeccionar os alimentos;

 

4. A má distribuição das quantidades a ingerir por um número reduzido de refeições, habitualmente o almoço e o jantar são as refeições onde se excedem as quantidades;

 

5. O excesso de bebidas alcoólicas.

 

O QUE DIFICULTA A ALTERAÇÃO DO HÁBITO ALIMENTAR?

 

Os maus hábitos alimentares são resultantes da dificuldade que a população tem em relacionar o estilo de vida com o padrão de doença. A facilidade com que nos deixamos influenciar pelo

 

consumo desenfreado de bens materiais fazem-nos esquecer o valor das pequenas coisas. A externalidade do ser humano passa a ser mais importante que o “ser”. Esta maneira de ver as “coisas” não nos permite gerir a vida da forma mais saudável. A escolha dos alimentos passa a ser pelo que ela representa e torna o “gosto” num fenómeno social. O fast-food é exemplo da associação entre o prestígio social e o conforto digestivo, fruto de uma publicidade que promove uma vertente meramente social sabendo que o Homem é tão consumidor de alimentos como de símbolos.

 

A mesma máquina publicitária direcionada para um sumo de fruta natural acompanhado de

 

uma sandes de pão integral com queijo ou um iogurte com nozes teria o mesmo resultado?

 

O que fazer?

 

Na população mais nova nota-se um consumo insuficiente de legumes, hortaliças, leguminosas, peixe e cereais integrais.

 

De um modo geral, a maior fatia do orçamento no prato prende-se com a escolha da carne e do peixe, estes alimentos podem ser substituídos ocasionalmente por leguminosas (feijão, grão-de-bico, favas, lentilhas, ervilhas) ou parcialmente, todos os dias. Esta última solução permite poupar e reinvestir no peixe. As leguminosas são um grupo de alimentos que exige criatividade na cozinha se considerar que a mais recente geração de consumidores esteve afastada destes alimentos e ainda os vê como pouco nobres para representarem a maior fatia do prato.

 

Não se esqueça do ovo, com as suas 21g encaixa muito bem, 2 a 3 vezes na semana, se a estrutura das refeições respeitasse as combinações referidas anteriormente.

 

À semelhança do ovo, mas com uma menor frequência, estão as vísceras que quinzenalmente são um bom substituto da carne. O fígado quando consumido em pequena quantidade, uma vez por outra, em sopa ou prato torna-se um suplemento alimentar.

 

Quanto ao segundo peso pesado do prato, a hortaliça, a quantidade prescrita pelos especialistas e que se relaciona com o bom funcionamento do organismo e prevenção de doenças é de 400g por dia. Uma família de 4 elementos que respeite esta dosagem de produtos hortícolas, só a consegue pôr em prática se recorrer aos produtos da época e limitar as quantidades de carne servidas através das combinações de leguminosas no prato ou sopa. Para a fruta, o conselho repete-se com a sazonalidade da estação não esquecendo que as frutas secas (figos, damascos, ameixa e passas) são boas alternativas aos snacks do café. JM

 

DR. RICARDO OLIVEIRA

 

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In “JM-Madeira”