Prevenir a morte súbita, cuja mortalidade é superior ao cancro e SIDA, deve passar pelo rastreio e tratamento antecipados da doença coronária.
O rastreio clássico da doença coronária – de que é exemplo a prova de esforço – deteta apenas a doença coronária obstrutiva, mas a morte súbita ocorre também devido a doença coronária não obstrutiva, não detetável na prova de esforço.
“Estes métodos de rastreio já estão ultrapassados, hoje em dia temos disponíveis testes anatómicos não invasivos, como o “score” de cálcio coronário e a angiotomografia coronária, que permitem detetar casos de doença coronária não obstrutiva e aconselhar corretamente os doentes quanto à prática desportiva”, explica Miguel Ventura, coordenador do Serviço de Cardiologia da Idealmed UHC – Unidade Hospitalar de Coimbra.
“As pessoas ainda pensam que podem ir para um ginásio sem qualquer preocupação”, diz o especialista, alertando também para o facto de os desfibrilhadores não estarem disponíveis nestes espaços de prática desportiva, o que impede uma correta atuação em caso de morte súbita.
“Num caso de paragem cardíaca temos apenas 4 minutos para salvar aquela pessoa. Prevenir a morte súbita também implica que sejam colocados desfibrilhadores externos em espaços públicos e de grande afluência de pessoas”, acrescenta Miguel Ventura.
Os dispositivos de monitorização de longa duração, conhecidos por registador de longa duração, são igualmente relevantes na prevenção da morte súbita, segundo Miguel Ventura. O especialista esclarece que estes dispositivos permitem detetar casos e salvar vidas que de outra forma se perderiam.
Estima-se que a morte súbita, afete, anualmente, 14.000 pessoas em Portugal, sendo esta a causa de 1 em cada 5 mortes por doença cardiovascular.
A Idealmed UHC promove dia 8 de fevereiro, pelas 20h30, a reunião “Morte Súbita, como prevenir na atualidade?”, que visa abordar a realidade portuguesa em torno do tema da morte súbita e as formas de prevenção atuais. A iniciativa é gratuita e destina-se a médicos de Medicina Geral e Familiar, internistas, cardiologistas e médicos de outras especialidades com interesse no tema da morte súbita.
In “Saúde Online”