Somos em parte, a construção de hábitos e comportamentos que aprendemos e copiamos sejam eles adequados ou não.
É deveras importante que seja dado a cada criança que nasce, um começo de vida saudável e rodeado de influências positivas, um ambiente acolhedor onde as suas necessidades estão asseguradas e são promotoras de um adequado desenvolvimento. Para alguns de nós, infelizmente, esta realidade ainda é uma utopia.
Na verdade, estes percursos de desenvolvimento, são por vezes interrompidos ou comprometidos, fruto de diversas problemáticas e influências sociais, ambientais e económicas, que não se circunscrevem a uma determinada etapa do ciclo vital.
A fase da adolescência é em si um momento da vida do jovem pautado por uma vivência saudável. No entanto, tanto no passado como agora, determinadas influências e comportamentos mantêm-se atuais, inadequados, prejudiciais e não recomendáveis.
Somos em parte, a construção de hábitos e comportamentos que aprendemos e copiamos sejam eles adequados ou não. Assim, por exemplo o consumo de álcool, tabaco ou cannabis, o uso problemático das redes sociais, por parte de pessoas significativas ou por parte do grupo de pares que os jovens integram, a falta de suporte parental, pode modelar os comportamentos negativos que são por vezes exteriorizados, banalizados e normalizados pelos jovens, abrindo caminho para a adoção de determinadas condutas que promovem vivências difíceis, com sofrimento e, por vezes, sem retorno. Constituem-se como fatores de risco, mas não são determinantes nos comportamentos de saúde adotados pelos jovens, e para o progresso da sua vida futura.
Isto conduz à importância em disponibilizar respostas eficazes e de qualidade por parte dos serviços de saúde, face à necessidade sentida pelos pais, que perante a manifestação de algumas dificuldades procuram apoio para os seus filhos. Nomeadamente, por alterações emocionais e comportamentais, baixo desempenho escolar, alterações do comportamento alimentar e dos padrões de sono, situações que são geradoras de enorme preocupação, desorganização pessoal, familiar e escolar e de problemas de saúde física e mental.
Por tudo isto, junto dos jovens, é importante estarmos atentos, acompanhar de perto o que fazem e com quem fazem, oferecer suporte parental com afetos, elogios e incentivo, cultivarmos a presença, resgatarmos hábitos e costumes em família, sem deixar de acompanhar os novos tempos e compreender novas formas de estar que os jovens vão vivenciando e valorizando. JM
TERESA DIAS
Enfermeira - Especialista na área de enfermagem de saúde mental e psiquiátrica - IASAÚDE,IP-RAM UCAD
In “JM-Madeira”