O famoso médico e investigador Manuel Sobrinho Simões, que em 2015 foi eleito, pela revista britânica ‘The Pathologist’, como o patologista mais influente do mundo, diz ser “importantíssimo desenvolver aqui na Madeira,” a telepatologia. Porque além de “muito útil”, também “permite uma economia de meios e de tempo, que são duas coisas caríssimas”, lembra.

O conceituado professor catedrático participa hoje no II Fórum Telesalut@ da Sociedade Ibérica de Telemedicina e Telesaúde, que se realiza no Funchal.

 

Sobrinho Simões, que esta manhã será orador na Mesa que tem como tema Telepatologia e a Patologia digital, lamenta que a Região não tenha ainda aderido ao serviço de telepatologia, pelas múltiplas vantagens que oferece, nomeadamente, o facto de assegurar a possibilidade de realizar-se diagnóstico, exame e até mesmo tratamento médico à distância, através da combinação de meios humanos e informáticos, com base na análise de amostras recolhidas nos doentes.

 

Enquanto no Continente esta metodologia introduzida em 2013 já “está muito desenvolvida”, na Madeira continua o procedimento antigo, que implica enviar as amostras para o exterior e ter de esperar, muitas vezes semanas, pelo diagnóstico.

 

Atendendo à ultraperiferia insular, para este especialista a Madeira tinha tudo para ser “o exemplo típico” deste modelo. Lamenta por isso que a Região não tenha ainda aderido a aquilo que chama de “paradigma”, responsabilizando os “decisores políticos” por este atraso, sobretudo porque “não é caro e vale a pena apostar”, garante.

 

Além de avaliar muitos doentes em Portugal Continental por telepatologia, Sobrinho Simões reforça a importância desta solução que faz desaparecer distâncias, dando o exemplo de Moçambique: “discuto com os alunos em tempo real os casos que eles estão a ver em Maputo”, concretiza.

 

Novo hospital é um imperativo para responder aos grandes desafios que se colocam à saúde

 

O futuro Hospital Central da Madeira é “uma unidade imperativa para responder aos grandes desafios que se colocam à saúde e é essencial ao nosso desenvolvimento enquanto região insular e ultraperiférica”. Palavras do Vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, ontem, na sessão de abertura do II Fórum Telesalut@, que hoje termina numa unidade hoteleira do Funchal.

 

Em representação do presidente do Governo, Pedro Calado sustentou que “o Serviço Regional de Saúde foi, indiscutivelmente, uma das medidas de maior sucesso nas políticas públicas implementadas com a Autonomia Regional”. Dito isto, concluiu que actualmente “a Madeira dispõe de uma rede moderna de serviços de saúde”, incluindo “unidades hospitalares diferenciadas e de fim de linha, capazes de responder às situações mais complexas”, garante. Na cerimónia onde também esteve presença o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, coube ao Vice-presidente enaltecer a qualidade do serviço regional de saúde, cuja “evolução” diz ser “inegável” e com um contributo decisivo para o nível de crescimento económico e social da Região.

 

O aumento da esperança média de vida levou também o governante a assumir que “esta grande conquista civilizacional, que é a possibilidade de vivermos mais anos”, exige não só “a necessidade de serviços de saúde com maior capacidade de resposta, com maior equidade e com maior qualidade, mas também, com uma gestão mais eficiente e sustentável que resulte numa resposta segura e ágil ao cidadão”, apontou.

 

Opinião de Sobrinho Simões, o patologista mais influente do mundo em 2015 

 

In “Diário de Notícias”